quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ramadã em Jerusalém: Jejum, oração e esperança

Depois de tantas horas de jejum se deve recuperar a falta de açúcar e comer algo de substancioso... É daí que nasce, explica o vendedor de Belém, a tradição do “qatayelf”, que é um doce típico do Ramadã, uma massa de farinha e água, recheado de nozes, açúcar e queijo branco doce, que deve ser consumado, naturalmente, somente depois que o pôr-do-sol de cada dia decretar o fim do jejum. Tal jejum é observado religiosamente em Jerusalém pela maioria da população muçulmana. 


Mohammed A. F. Hourani (Autoridade Nacional Palestina) 
“Nós, muçulmanos da Terra Santa, vivemos o jejum como algo que vem de Deus, como está escrito no Alcorão, onde se lê: “Oh vós que credes! Vos é prescrito o jejum, como foi prescrito àqueles que foram antes de nós, na esperança que possais tornar-se tementes a Deus”. 

Um ramadã todo particular está acontecendo neste ano para os muçulmanos palestinos, que estão com os olhos voltados para o próprio futuro, pois no mês de setembro, com o pedido às Nações Unidas do reconhecimento do Estado Palestino, poderá se ter conseqüências importantes para além dos próprios territórios... 

O período é marcado por momento de oração, pelas longas filas no check-point dos muçulmanos que vivem nos territórios e que desejam ir a Jerusalém até a mesquita Al Aqsa (que reúne, em média, na sexta-feira do Ramadã, cerca de 200 mil fiéis), pelo clima festivo e brilhante da Porta de Damasco e das ruas da cidade velha que, à noite, depois de uma certa hora, se animam de gente e de famílias inteiras... Imagens típicas, entre Belém e Jerusalém, deste mês sagrado para os fiéis do Islã, que já está, no entanto, chegando ao fim. 

E justamente por ocasião do final do Ramadã, o Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso enviou a todos os muçulmanos uma mensagem de felicitações indicando que os cristãos e muçulmanos são chamados a promover a dimensão espiritual do homem como uma realidade de primária importância, afrontando os desafios do materialismo e do secularismo”. “Cabe a nós, prossegue a mensagem assinada pelo Cardeal Tauran, fazer com que as novas gerações descubram que há o bem e o mal, que a consciência é um santuário para ser respeitado, que cultivar a dimensão espiritual nos torna mais responsáveis, mais solidários, mais disponíveis para o bem comum. E que é necessário denunciar a todas as formas de fanatismo e de intimidação...” 

“Parece-me que nestas palavras exista também uma mensagem de “perdão”, comenta Nabeel. Esta seria a coisa mais importante. Se podemos viver o perdão e a paz, nos afastamos dos conflitos e podemos esperar um futuro melhor para nós e para os nossos filhos”. 


Tradução e adaptação: Frei Diego Atalino de Melo 
Fonte: 
http://it.custodia.org/default.asp?id=4&id_n=14322

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Juntos para salvar o Criado


Como as religiões podem responder às crises climáticas?

Foi este o tema de uma conferência sobre o desenvolvimento sustentável, acontecida em Jerusalém nos últimos dias. Os relatores foram diversos líderes religiosos: o rabino David Rosen, Diretor Internacional para assuntos inter-religiosos da Comissão Hebraica Americana; Zuheika Haj Salah, Vice-Ministro para assuntos religiosos para as autoridades palestinas e membro do Conselho das Instituições religiosas da Terra Santa, e Monsenhor William Shomali, bispo auxiliar de Jerusalém para a Igreja Latina.

O fórum foi organizado pela iniciativa do Centro Inter-religioso para o desenvolvimento sustentável. Objetivo: estudar os meios de colaboração diante dos desafios das mudanças climáticas, tendo em vista a importância da questão que interpela todas as religiões, chamando-as a comunicarem-se entre si e a propor pontos para influenciar a política e as determinantes decisões. 

“Respeitar a criação é respeitar o Criador”, foi esta a posição comum expressa de modo similar por todos os relatores. "A criação é um dom que deve ser tratado com atenção, e do qual nós devemos nos enamorar”, acrescentou o Bispo Mons. Shomali, referindo-se ao Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis. Além disso, sublinhou também a relação entre a proteção da natureza e a paz, citando as palavras de Bento XVI: “Se queres construir a paz, cuide do criado”.

Monsenhor Shomali também destacou outras questões de extrema atualidade na Terra Santa. Dentre elas: a dificílima situação ecológica de Gaza, que tem um sistema de drenagem deficiente, o que dela um lugar de águas costeiras muito poluídas. 

Durante o encontro se discutiu também a Declaração sobre as mudanças climáticas, recentemente assinada pelo Conselho das Instituições Religiosas da Terra Santa que reuniu hebreus, cristãos e muçulmanos.

O objetivo da declaração é de criar um efeito multiplicador de ações sobre as mudanças climáticas, aproveitando a autoridade moral dos líderes religiosos. “As mudanças climáticas representam um desafio global e é urgente uma intervenção – se lê na declaração. Reconhecemos as raízes espirituais desta crise e a importância de uma resposta religiosa.

Convidamos, por isso, todos os nossos fiéis para que considerem o planeta e seus recursos como um dom de Deus e reduzam as próprias emissões de gás, e exortamos os líderes políticos para que atuem com medidas severas para evitar danos piores ao clima”


Tradução: Frei Diego Atalino de Melo, OFM

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Jovens da Terra Santa em Madri

12 de agosto de 2011

Tudo está pronto, se parte... destino: Madri!

Eis os jovens da Terra Santa que participarão da XXVI Jornada Mundial da Juventude. Serão um total 550 jovens, provenientes das dioceses dos três países da Terra Santa (Jordânia, Israel e Palestina), pertencentes a todos os ritos católicos (sobretudo do rito latino, mas também do rito greco-católico e maronita), inclusive uns 20 jovens da comunidade católica de expressão judaica. Um novo encontro com Bento XVI, depois da sua inesquecível visita, aqui, em 2009.

É a primeira vez que nossos jovens de Ramala participam deste encontro. Estamos estusiasmados, pois conheceremos gente nova. Sobretudo veremos o Papa. Pedimos a Deus que nos abençoe em nossa viagem, pedindo-Lhe que possamos levar aos demais jovens a mensagem da Palestina e da Terra Santa. Foram meses de espera e encontros, com a participação de um guia da Jornada Mundial da Paz em língua árabe. Também é em árabe o hino da Jornada Mundial. Com eles, está também o bipos Marcuzzo, responsável pela organização para a Terra Santa, que destacamos a sua significativa presença em Madri com estes jovens cristãos.

Sua Excelência, o bispo GIACINTO MARCUZZO, Vigário Patriarcal para Israel - Diocese de Jerusalém: em primeiro lugar, porque são jovens da Terra de Jesus, da Terra, a terra da primeira Igreja de Jerusalém, da Terra dos primeiros jovens que seguiram Jesus. Segundo, pelo que eles representam na atualidade, uma terra que está buscando a justiça, a paz, num contexto muito difícil, onde o jovem está muito envolvido. Vão levar o seu testemunho de jovens que anseiam a paz e a justiça e, ao mesmo tempo, vão pedir explicações e ânimo e, sem sabe também, soluções para seus problemas.  

Saídas separadas para os jovens árabes israelenses (reúnem-se em Haifa na paróquia Latina) e para os jovens palestinos dos Territórios que partirão da Jordânia – e que se reunirão aqui em Jericó, na paróquia do Bom Pastor. Um pouco de ansiedade (com esperança de que tudo vai dar certo ao passar a fronteira), uma oração antes da partida e a bênção do pároco franciscano. Entusiasmo e emoção, particularmente, para a mais jovem do grupo, que este ano, todos (árabes israelenses e árabes dos Territórios), debaixo da mesma e única bandeira, a da Terra Santa, definida para a ocasião como “bandeira de Jerusalém”.

Segundo o bispo GIACINTO MARCUZZO, iremos com a bandeira de Jerusalém para evitar questões políticas (porque temos varias bandeiras), para demonstrar a unidade deste grupo de jovens, a unidade da diocese, a unidade da Terra Santa. Porém, 1997, em Paris, nossos jovens não tinham medo de se identificarem, como eram, inclusive os pertencentes a este ou aquele país, porque estábamos num momento de serenidade, de Oslo, na busca do novo Oriente Médio e isto a gente imediatamente nos jovens… Jovens chamados a ser, segundo o tema desta Jornada, "thabituna fil-iman", firmes na fé… Aquilo que mais interessa ao Santo Padre: a necessidade de ter certezas e tratar de evitar o relativismo, que mata o ser humano moderno… Se necesitamos de certezas, que o ponto insistente do Santo Padre, isto é válido também para nós, aqui: com frequência se diz que estes problemas são da Europa – é verdade – no entanto, aqui onde não temos um verdadeiro ateismo, estas certezas as temos… porém, também aqui necesitamos que os jovens recuperem algumas certezas que perderam e diría, sobretudo em Israel, onde há uma atmosfera em que o jovem se sente perdido e não é orientado, se lhe faltam pontos seguros de referência.

"Enquanto jovens da Terra Santa – nos diz Mughannam – gostaríamos de levar a Madri a alegria da Encarnação e da Ressurreição, que aconteceram aqui, para todo o mundo… mas desta vez, queremos enriquecer este encontró… para trazer de lá um pouco de luz a nosso país, maior fé e maior entusiasmo que também nos ajude a permanecer aqui, nesta terra".

Tradução: Frei Ivo Müller, OFM

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Monte Tabor: Festa da Transfiguração


Uma atmosfera de grande e sincera alegria envolveu o Monte Tabor por ocasião da Solenidade da Transfiguração do Senhor. O cenário emocionante e evocativo desta singular localidade da Galiléia, que está aproximadamente a cerca de 600 metros sobre o nível do mar e que oferece uma esplêndida vista sobre toda a planície serviu como espécie de moldura para a belíssima celebração solene que aconteceu na basílica franciscana.

A santa missa, presidida pelo Custódio Frei Pierbattista Pizzaballa, foi celebrada no altar mór e concelebrada pelo guardião do convento do Monte Tabor, Frei Mario Hadchiti. Além disso, inúmeros frades da família franciscana da Terra Santa e sacerdotes de outras comunidades religiosas puderam dividir a alegria desta festa.

Um clima de recolhimento e de profunda participação uniu as tantas pessoas que estavam no Tabor na ocasião, dentre elas muitas cristãos de língua árabe das comunidades vizinhas da Galiléia. Também haviam diversos religiosos, pequenos grupos de peregrinos e outros cristãos da Terra Santa, vindos de várias partes de Israel, mas também de pequenas regiões palestinas de Belém, Beit, Jala e Beit Sahur.

Após a missa houve a tradicional procissão animada com muitos cantos religiosos árabes.
A transfiguração é um evento histórico, um episódio da vida de Jesus que, antes de mais nada, é uma manifestação da essencial disposição divina para a comunhão. Deus, de fato, mostra repetidamente o Seu rosto amigo de homem justo: em particular, Moisés é o amigo ao qual Deus concede de lhe falar “face a face, como um homem fala com outro” (Ex 33,11) e o profeta Elias, aqui chamado a representar todos os profetas, é considerado pela tradição cristã o máximo expoente, com Moisés e São paulo, da grande mística.

São, portanto, chamados a serem testemunhas do evento três dos amigos mais caros de Jesus, ou seja, os apóstolos Pedro, Tiago e João, simples homens da Galiléia que inexperadamente se tornaram protagonistas da mais grande de todas as histórias. Logo após esse acontecimento,  depois de terem contemplado o rosto de Jesus transfigurado e reluzente, eles serão companheiros de Cristo na vigília noturna do Getsêmani e verão aquele mesmo rosto transfigurado pelo sofrimento na hora mais escura que dá início à Paixão. E nesse mistério se esconde um dos desafios mais grandes para o homem: continuar a contemplar a glória e a grandeza de Deus no drama mortificante da cruz.

Assim, ressalta Pizzaballa: “Sobre o Tabor Jesus nos resitituiu a dignidade dos filhos de Deus do tempo da criação, pois o homem foi criado na luz. O Tabor é a antecipação daquilo que todos nós seremos, ou já somos, com a participação na ressurreição de Jesus”. A transfiguração nos convida a recompor de modo original a dimensão subjetiva real e também ideal que está presente em cada homem, a amar a atualidade da pessoa, com as suas misérias e as suas pobrezas, à luz do seu “verdadeiro senso humano”, daquele núcleo escondido do bem que a alma guarda como testemunho do ideal, como adesão à Verdade. O rosto do outro, portanto, observa Emmanuel Lévinas, na sua expressividade, nudez e fragilidade, porta em si um “sinal do infinito”, pois “a dimensão do divino se abre a partir do rosto humano e a sua manifestação consiste no solicitar-nos através da sua miséria no rosto do estrangeiro, da viúva e do órfão”. E o olhar de Jesus não descuida nada, não exclui nada, não se afasta do mundo, mas vê o mundo na luz de Deus, isto é, “transfigura” no encontro com cada criatura, de modo que seja tudo Nele”.

A transfiguração é, portanto, a festa da Verdade do humano, da sua grandeza na sua miséria, da sua irrevogável vocação para a vida perfeita na glória de Deus.


Texto de Caterina Foppa Pedretti
Tradução e adaptação: Frei Diego Atalino de Melo

domingo, 7 de agosto de 2011

Primeiro dia da Caminhada Franciscana na Terra Santa

Quinta-feira, 04 de agosto

Este é o primeiro dia da Caminhada Franciscana (Marcha Franciscana) e nós, frades, religiosas e muitos jovens israelenses e dos territórios palestinos, partimos com alegría, deixando para trás nossos trabalhos, nossas preocupações e nossas famílias para nos reunirmos e começar este camino com São Francisco, buscando a fonte da vida, que é também o lema de nossa caminhada. Alguns jóvens palestinos tiveram dificuldades para conseguir a permissão para sair de seus territórios. Para outros, esta foi a primeira viagem para a Galiléia, que durou quase quatro horas.

Quando chegamos na aldeia de
Deir Hanna, todo o povo, com seu pároco local, nos acolheram com muita hospitalidade e entusiasmo. Então, começamos a cantar, a dançar e aprender novas canções. Às cinco e meia, celebramos a primeira missa deste nosso itinerário de fé. No final da missa, Frei Badi’a com pároco deram a bênção aos Taus, que nos foram entregues. Depois disso, nos distribuímos em grupos, com muitos jovens de diferentes idades, onde cada grupo se reuniu à parte, para que seus membros pudessem se conhecer. Mais tarde, o povo nos ofereceu um delicioso jantar, farto e gostoso.

Às nove da noite, voltamos a nos reunir na igreja para celebrar uma vigilia, sob a orientação de Frei
Raffaele. Coroamos aquele momento cantando e desfrutando juntos, nos saudando e nos despedindo até o dia seguinte, com uma oração de boa noite.

Assim, fomos descansar para recuperar as forças para a longa caminhada do dia seguinte!


Fonte: http://www.custodia.org/ (Tradução: Frei Ivo Müller, OFM)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A "casa da Amizade" de Santa Marta, Maria e Lázaro

 Nos tempos de Jesus, como hoje, Betânia era um pequeno vilarejo pouco distante de Jerusalém, situado à parte do Monte das Oliveiras, ao longo da estrada que desce em direção a Jericó. Um vilarejo imóvel, quase tocado pelo deserto, como existem ainda tantos na região da Palestina.

Até mesmo aqui, neste lugar privado de algum atrativo aparente, fora reservado um grande tesouro que Jesus amava e cuja recordação chegou até nós. Se encontrava a casa de Marta, Maria e Lázaro, “a casa da amizade”, como definiu Frei Marcelo Cichinelli na homilia da Santa Missa solene celebrada na igreja franciscana construída pelo arquiteto Antonio Barluzzi.

Ao final das celebrações, depois de um simples momento de convívio, houve a tradicional procissão que, embelezada pelas leituras de trechos do Evangelho, cantos e orações, prosseguiu até o Monte das Oliveiras, com paradas na capela da Ascenção do Senhor e na Igreja do Pai-Nosso.

Tal celebração é particularmente querida pela comunidade franciscana, pois foram os próprios frades a introduzir por primeiro, em 1262, a festa de Santa Marta, exatamente 8 dias depois da Festa de Santa Maria Madalena, por muito tempo erroneamente identificada com Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro. Mas é uma festa próxima ao coração de todos, um evento que faz memória de uma experiência que cada homem aspira e da qual nem mesmo Deus quis se privar na sua vivência terrena, ou seja, a amizade.

Na humilde casa de Betânia, distante do clamor dos eventos, o “Jesus peregrino” que não possuia nada, que não tinha nem mesmo “onde repousar a cabeça” (Mt 8,20), foi acolhido como amigo, encontrou a solicitude de Marta que queria doar tudo e o escutar silencioso e absorto de Maria, que procurava com todo o seu ser a Verdade, sentindo experimentar, ao lado de Jesus, as coisas últimas, o limiar daquele monólogo que a qualquer pessoa conduz ao Absoluto.

 Neste contexto a propensão para a vida ativa de Marta e aquela para a vida contemplativa de Maria somente aparentemente se contrapõem. Na realidade, estas duas atitudes se compenetram e se harmonizam em um único modelo, pois, observa Jacques Maritain, sobre a estrada em direção à perfeição do amor “a ação é superabundância da contemplação”. O próprio São Francisco queria que os frades aprendessem a fazer uma síntese da vida ativa e contemplativa, resolvendo a polaridade, como na casa de Betânia, por meio da educação para a sobriedade de vida. A amizade de Marta, Maria e Lázaro com Jesus é, de fato, essencial não somente porque remete para a dimensão sobrenatural que lhe é própria, mas também porque atinge a essência dos sujeitos que participam, tornando-os disponíveis para as buscas espirituais e afetivas. Quem procura o essencial não pode deixar de voltar para a sobriedade, porque o essencial é por natureza despido de frescuras desnecessárias, mas é ordenado, comedido, empenhativo; é o encontro do humano, o selo e pacto de intimidade e de mútua responsabilidade estreita com Deus.


”Jesus amava muito Marta, sua irmã e Lázaro” (Jo 11,5). É “o amor louco” de Deus pelas suas criaturas, um amor assim tão perfeito que é ao mesmo tempo “pessoal” e “universal”, uma amizade assim tão pura que se torna absoluta com-paixão. Jesus experimenta, na família de Betânia, o “amor grande” que dá confiança no mundo e que acaba com o absurdo da solidão e que vem paradoxalmente dar uma esperança definitiva para a morte de Lázaro, para consolar para sempre o lamento das suas irmãs diante do sepulcro.

Uma tarefa assim tão humana e tão grande acontece em uma perdida casa em Betânia. Como são verdadeiras as palavras de Archibald J. Cronin, que no seu romance Le chiavi del Regno disse: “Não penseis que o Paraíso esteja no céu, pois está na palma da vossa mão, está em todo lugar, está, não importa onde”.

Testo di Caterina Foppa PedrettiTradução e adaptação: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://it.custodia.org//?id=4&id_n=13241

Anunciada descoberta da tumba do Apóstolo Felipe

Em Pamukkale, antiga Hierápolis (Turquia), onde o apóstolo faleceu


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 28 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Os arqueólogos asseguram que se trata da tumba do apóstolo Felipe, um dos 12 discípulos que acompanharam Jesus.
A descoberta aconteceu em Pamukkale, antiga Hierápolis, em Anatólia Ocidental (Turquia), cidade em que Felipe morreu, depois de ter pregado na Grécia e na Ásia Menor.
A descoberta foi realizada pela missão arqueológica italiana empreendida desde 1957, composta hoje por uma equipe internacional, dirigida desde o ano 2000 por Francesco D’Andria, professor da Universidade de Salento.
Um resultado importante na busca da tumba de São Felipe – recorda L'Osservatore Romano –, já tinha sido alcançado em 2008, quando a equipe encontrou a rua que os peregrinos percorriam para chegar ao sepulcro do apóstolo. Agora se chegou a esta nova meta.
“Junto ao Martyrion (edifício de culto octogonal, construído no lugar onde Felipe foi martirizado), encontramos uma basílica do século V de três naves”, explica o diretor da missão.
“Esta igreja foi construída ao redor de um túmulo romano do século I, que evidentemente gozava da máxima consideração, já que mais tarde se decidiu edificar ao seu redor uma basílica. Trata-se de uma tumba em forma de nicho, com uma câmara funerária.”
Colocando em relação esses e muitos outros elementos, “chegamos à certeza de ter encontrado a tumba do apóstolo Felipe, que era meta de peregrinação a este lugar”, afirma D'Andria.
No século IV, Eusebio de Cesareia escreveu que duas estrelas brilhavam na Ásia: João, sepultado em Éfeso, e Felipe, “que descansa em Hierápolis”.
A questão ligada à morte do apóstolo suscita controvérsia. Segundo uma antiga tradição, de fato, ele não teria morrido martirizado. Já os evangelho apócrifos contam que ele teria sofrido martírio sob os romanos.

Fonte: http://www.zenit.org/