segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dois novos frades na Custódia da Terra Santa

Trata-se de frei Tony Choucry e frei David Grenier, que nesta quinta-feira, 16 de setembro, emitiram a profissão temporária dos votos religiosos durante a celebração que aconteceu em Belém, na Igreja de Santa Catarina, ao lado da Basílica da Natividade.
O rito foi oficiado pelo Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, acompanhado por cerca de quarenta frades e com numerosa presença de religiosos e fiéis, entre esses um grande grupo de freiras de diversas congregações. Com este rito, estes dois noviços, uma vez terminado seu período de discernimento e preparação, professam publicamente os conselhos evangélicos de obediência, pobreza e castidade e são acolhidos pela fraternidade dos frades menores da Custódia da Terra Santa, um compromisso que deverá ser renovado durante alguns anos antes que se faça de maneira definitiva e solene.
Durante a homilia, o padre Pierbattista disse que “deixar tudo por Cristo significa redescobrir todas as coisas de uma maneira nova e profunda. Apesar das dificuldades e privações é belo entregar a vida pelo Senhor Jesus Cristo pobre e crucificado, seguindo as pegadas de São Francisco. De fato, a cruz, para nós cristãos, não é somente sofrimento, mas, e sobretudo, é o sinal supremo do amor de Deus pela humanidade. Vós – continuou frei Pierbattista Pizzaballa dirigindo-se aos candidatos – quereis abraçar a Cristo, mas é Cristo que os abraça primeiro e continuará fazendo não de forma utópica, mas concretamente, através desta fraternidades que os acolhe”.
Tony Choucry nasceu em 13 de março de 1966, em Beirut, Líbano, e foi batizado na Igreja maronita. Sua experiência de trabalho inclui ter sido diretor de enfermaria, inspetor de fazenda do Ministério de Economia e diretor de uma empresa de móveis de escritório. Conseguiu o diploma de perito jurado e uma licenciatura em contabilidade. Conheceu o franciscanismo no âmbito da Ordem Franciscana Secular do Líbano, no qual desempenhou o papel de diretor de 2001 a 2007. Depois de encontrar-se com frei Tawfiq Bou Merhi, promotor vocacional no Líbano, Tony decidiu embarcar-se na vida religiosa com os franciscanos da Custódia da Terra Santa.
David Grenier nasceu em 18 de março de 1977, em Sherbrooke, Canadá. Sua família é originária de Quebec, região francesa. Conseguiu o diploma em Ciências da Palavra (teatro e comunicação) e a licenciatura em Filosofia. David desempenhou diferentes atividades em vários campos, como ator, guia, secretário, corretor da língua francesa, etc., além de haver oferecido um serviço qualificado no santuário de São José, em Montreal. Entre seus trabalhos no âmbito da comunidade cristã, organizou retiros espirituais e teve experiências de trabalho caritativo com os presos. Foi também diretor de um periódico cristão, animador de programas radiofônicos e responsável da formação dos leigos. David conheceu a vida franciscana em Washington, no âmbito do Comissariado da Terra Santa, e decidiu posteriormente iniciar o caminho da vida religiosa franciscana que o levou às distintas etapas do aspirantado (em Montefalco, Itália, em 2008), do postulantado (em Ain Karem, em 2009) e do noviciado, em Belém.
Frei Tony e frei David deixaram agora Belém para juntar-se ao seminário de São Salvador em Jerusalém, onde iniciarão os estudos teológicos. Ali se encontrarão de novo com seu mestre, frei Noel Muscat, que continua sua experiência de formador, passando do noviciado de Belém ao seminário de Jerusalém, onde o aguardam mais de trinta frades estudantes de diversas nacionalidades.
Com frei Tony Choucry e frei David Grenier, o número de frades que trabalham na Custódia da Terra Santa se aproxima dos trezentos (296).
FRC
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/Dos-nuevos-frailes-para-la.html?lang=it

Atraídos pela Cruz de Cristo

“O madeiro da Vera Cruz tem sempre atraído, de maneira forte, os cristãos, e o desejo de vê-la, toca-la e abraçá-la é irresistível”.
A relíquia da Cruz exposta à adoração dos fiéis na festa da Exaltação da Cruz no Santo Sepulcro é minúscula, mais ainda assim, o entusiasmo, do qual falava no começo de sua homilia o Vigário Custodial, que presidiu a missa no Calvário, tem se confirmado. Numerosos fiéis participaram da festa.
Das duas festas que a liturgia do Santo Sepulcro dedica à Cruz, a de 14 de setembro é a menos solene, mas frei Artemio Vítores – a quem compete celebrar – sabe encontrar a cada vez as palavras adequadas para render ao mesmo tempo algo intensamente espiritual enriquecido com uma abundante informação. Os sacerdotes, que devem comentar cada ano os mesmos textos diante do mesmo público, sabem da dificuldade que este exercício comporta.
Assim, frei Artemio Vítores contou brevemente a história do lenho da Vera Cruz antes de centrar-se na cruz como pilar da fé cristã e, consequentemente, no fato de que a cruz de Cristo é uma boa notícia para anunciar. O crucifixo, por sua parte, não é uma desgraça senão um exemplo de amor doação. Este amor crucificado significou a Salvação para o mundo. É esta Salvação, proporcionada pela Cruz, que motivou indubitavelmente a alegria e a devoção dos fiéis. Descendo ao Calvário, detrás dos franciscanos e dos sacerdotes presentes, os fiéis puderam, depois da bênção, adorar a santa relíquia enquanto, pouco a pouco, o Santo Sepulcro se deixava invadir pelos peregrino e turistas.
Mab
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/Attratti-dal-legno-della-Vera.html?lang=it

Celebração da Natividade de Maria

Neste 8 de setembro, para celebrar a festa da Natividade de Maria na Basílica de Santa Ana, os franciscanos não tiveram que pôr-se em fila para descer a escada de caracol que vai até à cripta, como tinham que fazer quando a igreja Cruzada foi transformada em madrasa (escola que ensina o Corão) e depois em mesquita. A procissão, de cerca de quarenta presbíteros, entrou pela porta principal.
Na igreja, os fiéis esperavam o início da celebração na qual participou Sua Excª, o Cônsul da França, M. Desagneaux, acompanhado por sua mulher.
Junto ao superior da comunidade dos Padres Brancos, o padre Thomas Mayer, e o vigário custodial, frei Artemio Vítores, frei Stèphane Milovich, franciscano francês, presidiu a missa. Em sua homilia, depois de haver manifestado sua felicitação à França por ocasião desta missa consular, retomou as leituras, focando a atenção na figura de Abraão.
“Entre os homens, Deus chamou alguns para que conduzissem a humanidade à salvação. A história de Abraão nos demonstra que é Deus quem sempre toma a iniciativa, esperando de nós uma resposta”.
Havendo-se reunida a assembleia para celebrar a natividade da Virgem Maria, coisa que fez com entusiasmo, a evocação da figura de Abraão tem um significado particular justamente nestes dias nos quais todos os seus descendentes intensificam suas orações. Os muçulmanos por causa do fim do Ramadã e da festa do Aid; os judeus por causa do Rosh Hashana, ano novo, pelo qual se abre o ciclo das festividades de outono.
Que todos os filhos de Abraão possam, como fez exatamente a Virgem Maria, “levar à humanidade a salvação”. Shana Tova, feliz Ano 5771 aos judeus! Aid Mubarak aos muçulmanos! Feliz festa da Natividade de Maria aos cristãos!
Mab
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/The-Virgin-Mary-a-worthy.html?lang=it

Iftar é celebrado por cristãos e muçulmanos

Em Jerusalém, há um dia no ano em que todos fazem um esforço para chegar na hora. Na quinta-feira, 2 de setembro, o compromisso foi às 19h08 em ponto, quando, para os muçulmanos da Terra Santa, o canhão é disparado para anunciar o fim da festa do Ramadan.
A maioria dos líderes das Igrejas de Jerusalém estava presente no Centro Notre Dame, além dos convidados muçulmanos, na hora estabelecida, para dividirem uma sopa, as tâmaras e o homus tahine.
Também é a única data no ano em que uma refeição oficial não é precedida por discursos. Não obstante, estes não foram esquecidos, uma vez que os dignitários muçulmanos puderam saciar a sede e o apetite.
O primeiro a discursar foi o Patriarca Greco-Ortodoxo Theophilos III, seguido pelo Patriarca Latino Fouad Twal. O Grande Mufti de Jerusalém, Muhammad Ahmad Hussein respondeu às calorosas e amistosas palavras de introdução, com semelhantes palavras fraternas, pedindo aos líderes das Igrejas, em particular, para fazerem de tudo o que for possível a fim de cessar a hemorragia de emigração de cristãos da Terra Santa. Estas palavras tocaram os cristãos, pois que afirma que a radicalização islâmica da sociedade palestina não está facilitando, de fato, suas vidas nesta terra, que eles têm dividido por quatorze séculos.
Todos os discursos mencionaram o desejo para uma Jerusalém que seja uma “cidade de Deus” e da paz e da justiça. A retomada das negociações diretas entre Palestinos e Israelenses – que neste mesmo momento está acontecendo em Washington – também marcou o espírito de abertura. Não se pode dizer que os discursos transmitissem uma esperança ilusória... pelo menos eles aspiram que a espiral violenta possa cessar.
Enquanto cristãos e muçulmanos estavam comendo, um grande grupo de judeus israelenses tinha reservado o terraço para o jantar. Passando de uma mesa a outra, um dos empregados do Centro de Notre Dame sublinhou: “É tão simples como é agora, apenas estar juntos em Jerusalém”.
Outro convidado se ajuntava ao grupo: o pastor Olav Fykse Tveit, secretário geral do Conselho Ecumênico das Igrejas (World Concil of Churches) em visita a Jerusalém. Se a Cidade Santa não tem sido um exemplo de unidade, pelo menos é capaz de oferecer esses pequenos eventos na maior simplicidade.
Mab
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/The-heads-of-the-Churches-invite.html?lang=it

Belém: firmado um acordo histórico

Quinta-feira, 2 de setembro: O Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, firmou um acordo oficial histórico em Belém: este relativo ao restauro do teto da Basílica da Natividade de Jesus.
Na presença do Primeiro Ministro palestino, M. Salam Fayyad e do M. Ziad Al Bandak, conselheiro do Presidente Mahmoud Abbas para as Questões cristãs e ao mesmo tempo presidente do Comitê para o restauro da Igreja, o Custódio da Terra Santa, o Patriarca greco-ortodoxo Theophilos III e o representante do Patriarcado armênio, Torkom II Manoogian, têm por esse motivo estipulado o acordo pelo restauro. De fato, na Basílica da Natividade, assim como em todos os santuários regidos pelo Status Quo, nenhuma obra de restauro pode ser realizada sem um prévio acordo dos três “coproprietários”.
Este acordo se tornou possível graças à insistência do Presidente Mahmoud Abbas, que já em novembro 2008 havia exortado às Igrejas a fazerem uma aliança. Juntando o gesto à palavra, o presidente da Autoridade Palestina tem também colocado à disposição um orçamento de um milhão de dólares – segundo as notícias veiculadas pela Agência France Presse (AFP).
O Custódio da Terra Santa, de sua parte, declarou ao Franciscan Media Center: “É o início de um novo modo de estar junto em Belém. Esta belíssima Basílica, antiguíssima, que necessitou de restauro e que se transformou no símbolo de nossa incapacidade de diálogo e que, ao contrário, agora se tornará no novo lugar onde as Igrejas demonstram que sabem colaborar.”
Estava presente também para firmar o acordo o professor Remigio Rossi, chefe do grupo de especialistas internacionais que se ocupam do restauro. Os trabalhos deverão durar 150 dias, mas não se conhece a data do início dos mesmos.
Urgência dos trabalhos
Qualquer um que venha a visitar a basílica nos dias de chuva ficará assombrado ao ver as poças que se encontram aqui ou ali sobre o piso. O teto, deixado sem manutenção depois do último restauro em 1832, está notavelmente danificado, e isto causou também o deterioramento dos restos dos mosaicos e dos afrescos.
Recordamos que a basílica de Belém não é somente um dos mais importantes Lugares Santos da cristandade, mas também uma das mais antigas igrejas do mundo. Construída no início do IV século pelo imperador Constantino, e restaurada pelo imperador Justino no VI século, a basílica foi poupada pelo tempo, por causa das invasões dos Persas de Cosroe do século VII, porque os Reis Magos que aí são representados vestem roupas orientais.
O esquema da estrutura atual do teto remonta à maior obra de restauro que a igreja conheceu, de 1435 a 1479. No relatório que a UNESCO dedicou ao teto da basílica da Natividade, em 2000, os especialistas haviam afirmado que a longevidade de um teto se estima geralmente em torno aos 150 anos. Estavam estupefatos diante do fato que esse havia resistido três vezes mais.
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/Bethlehem-a-historic-agreement.html?lang=it

Abertura de nova igreja em Beit Hanina

Beit Hanina, na periferia de Jerusalém... uma zona populosa a poucos quilômetros da Cidade Velha. Aqui, junto a uma grande maioria de árabes muçulmanos, moram algumas famílias cristãs (cerca de 600). Desde o começo dos anos 60, neste bairro, a paróquia foi dirigida pelos frades da Custódia da Terra Santa (uma das filiais pertencentes à paróquia latina franciscana de Jerusalém) e constitui o único e fundamental ponto de referência para todos os residentes cristãos, não somente para os católicos.
Para todos eles, o domingo passado foi uma importante jornada festiva, porque foi inaugurada a nova igreja dedicada a São Tiago. Quatro meses de trabalho de restauração e de ampliação que presenteou à comunidade uma nova igreja, belíssima, completamente renovada e com maior capacidade, com um grande altar e novas pinturas nas paredes. Na missa, celebrada no novo edifício sagrado e presidida pelo Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, participaram ao menos 500 pessoas. Em Beit Hanina, o principal objetivo dos franciscanos (que nos anos passados promoveram a construção de um complexo residencial para alojar às numerosas famílias cristãs deste bairro) foi sempre o de criar um lugar cristão de união, encontro e de formação, sobretudo para os jovens.
Desde há alguns anos, funciona um centro social com diferentes atividades religiosas e culturais, com aulas para catequese, salas polivalentes e até uma pizzaria (gerida por uma cooperativa de jovens palestinos). Agora também está, em projeto, a construção de um complexo poliesportivo com campos de jogo e uma piscina. Isto é, novas oportunidades de trabalho para muitos e, além disso e sobretudo, um centro “poliesportivo” educativo cristão que, através das atividades esportivas, o jogo, as conferências, transmite aos jovens palestinos os valores do Evangelho, para que possam ser uma igreja feita de “pedras vivas”, numa realidade multirreligiosa. Os diferentes projetos são financiados pela Conferência Episcopal Italiana, Unicoop Firenze, a Fundação João Paulo II e muitas outras entidades e associações privadas. O verdadeiro “motor” de todas essas iniciativas e da vitalidade da “Beit Hanina cristã” – que beneficiará inclusive a toda comunidade paroquial de Jerusalém – é o P. Ibrahim Faltas que, por motivo da ocasião especial de ontem, celebrou sua última missa como pároco, antes de assumir sua nova tarefa dentro da Custódia da Terra Santa.
   Tradução: Frei Leonardo Pinto do Santos
   http://www.custodia.fr/Apertura-de-la-nueva-iglesia-de.html?lang=it

Custódia celebra Assunção da Virgem Maria

À TUMBA DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA
São duas as “tumbas vazias” que se encontram em Jerusalém: a de Cristo e a de sua mãe, a Bem-aventurada Virgem Maria. Ao fundo do vale do Cedron, na região do Getsêmani, no interior de uma igreja Cruzada e agora Ortodoxa, uma antiquíssima tradição, garantida pela concordância de fontes literárias e descobrimentos arqueológicos, situa o lugar na qual a Virgem foi enterrada e depois assunta ao céu no seu mesmo corpo.
É, pois, aqui, que a cada ano, em 15 de agosto, os católicos de Jerusalém e os peregrinos têm a graça de celebrar a Solenidade da Assunção de Maria ao Céu. E também neste ano, muitos são conduzidos a visitar a Basílica da Assunção. Um caminho que segue toda uma sequência, dividido por alguns momentos particulares, animados pelos Frades da Custódia da Terra Santa. Pela tarde, o Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, presidiu as segundas vésperas junto à Igreja da Assunção, na chamada “Gruta da Detenção”, onde um afresco, situado diante de um pequeno altar, representa a Bem-aventurada Virgem Maria assunta ao céu. Este pequeno lugar estava repleto de cristãos locais e estrangeiros que vivem em Jerusalém, como também alguns peregrinos. Um momento de oração solene e recolhimento ao mesmo tempo, que terminou com a invocação à Rainha da Terra Santa: “...recorda que aqui foste constituída terna Mãe nossa e dispensadora das graças. Vela com especial proteção sobre tua pátria terrena, dissipa nela as trevas do erro, para que resplandeça aqui o Sol da justiça eterna, e faz com que se cumpra logo a promessa de teu divino Filho, de formar um só rebanho sob um só Pastor...”. Continuando, houve a peregrinação dos fiéis e franciscanos à Basílica da Assunção. A silenciosa procissão desceu a larga escada com 48 degraus (que junto à fachada mantém ainda o austero e solene estilo cruzado) e, diante da Tumba da Virgem, a assembleia reunida viveu um momento breve, porém intenso de adoração e oração num ambiente típico das igrejas orientais, animada desta vez por melodias marianas de tradição ocidental... até formar quase um único eco com oração incessante que, deste santo lugar e ao longo dos séculos, os cristãos de todas as denominações e peregrinos provenientes de todas as partes do mundo elevaram e elevam a Deus. Depois, o Custódio, franciscanos e cada um dos presentes puderam entrar na Edícula e aproximarem-se do banco de pedra que é o único que permanece na tumba vazia de Maria.
Somente neste dia se concede aos cristãos latinos presidir uma breve liturgia, pois a Basílica, chamada também “Tumba da Virgem”, está atualmente sob a orientação dos cristãos ortodoxos, gregos e armênios. De fato, os frades menores, depois de um período de possessão exclusiva foram definitivamente expulsos no ano de 1757. Também é certo que nenhum texto canônico nos diga como transcorreram os últimos anos de Maria na terra nem o modo como deixou esta; alguns textos apócrifos, recolhidos sob o título da Dormição da Virgem e todos eles com origem em um documento protótipo judaico-cristão redatado em torno ao II século, proporciona-nos uma série de informações sobre os últimos dias e sobre a morte de Maria. Diz-nos, entre outras coisas, que os apóstolos depositaram o corpo da mãe de Jesus em Getsêmani, numa tumba nova que, depois de três dias, encontraram vazia. A tumba, custodiada e venerada pelos judeus-cristãos desde os primeiros séculos, foi depois isolada e encerrada em uma igreja. A veneração e o culto a Maria neste lugar nunca diminuiu, apesar das transformações, e é justamente em torno desta tumba vazia que nasceu e se alimentou a fé do povo cristão na Assunção de Maria ao céu.
A MISSA DA ASSUNÇÃO NA BASÍLICA DO GETSÊMANI
Se a Tumba da Virgem é o lugar santo de Jerusalém diretamente relacionado com a solenidade de 15 de agosto, o momento litúrgico mais importante, entretanto, aconteceu pela manhã – a poucos metros da Igreja da Assunção –, na Basílica franciscana do Getsêmani. Aqui, o Custódio da Terra Santa presidiu uma missa solene, na qual participou sobretudo cristãos que vivem em Jerusalém. Frei Pizzaballa, em sua homilia, sublinhou como Maria antecipa nossa realidade e o triunfo de toda Igreja. “Os Padres da Igreja – disse – viram n’Aquela que dá à luz ao Filho, o modelo para a Igreja e para todos nós. Assim, interpreta-se a passagem do Apocalipse que se lê nesta solenidade: ‘No céu apareceu um sinal grandioso: uma mulher vestida de sol, tendo a lua por baixo de seus pés e em sua cabeça uma coroa de doze estrelas... Ela deu à luz um filho, destinado a governar todas as nações...’. Maria é a mulher eleita por Deus, pela sua simplicidade e humildade” – prosseguiu o Custódio da Terra Santa. “Através de seu ‘sim’ total pôde cantar o Magnificat: ‘Minha alma glorifica o Senhor e se alegra meu espírito em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva’. Seguindo este exemplo, podemos também nós procurar percorrer o mesmo caminho”. Como disse o Papa ontem, recordando que este ano se completa o 60º aniversário da definição do Dogma da Assunção: “Maria assunta ao céu é sinal de que Deus não nos abandona... nós cremos que Maria, como Cristo, seu Filho, venceu já a morte e triunfa já na glória celeste, na totalidade de seu ser, em alma e corpo”.
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/La-Messa-dell-Assunzione-nella.html?lang=it

domingo, 19 de setembro de 2010

Abertura de nova igreja em Beit Hanina

Beit Hanina, na periferia de Jerusalém... uma zona populosa a poucos quilômetros da Cidade Velha. Aqui, junto a uma grande maioria de árabes muçulmanos, moram algumas famílias cristãs (cerca de 600). Desde o começo dos anos 60, neste bairro, a paróquia foi dirigida pelos frades da Custódia da Terra Santa (uma das filiais pertencentes à paróquia latina franciscana de Jerusalém) e constitui o único e fundamental ponto de referência para todos os residentes cristãos, não somente para os católicos.

Para todos eles, o domingo passado foi uma importante jornada festiva, porque foi inaugurada a nova igreja dedicada a São Tiago. Quatro meses de trabalho de restauração e de ampliação que presenteou à comunidade uma nova igreja, belíssima, completamente renovada e com maior capacidade, com um grande altar e novas pinturas nas paredes. Na missa, celebrada no novo edifício sagrado e presidida pelo Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, participaram ao menos 500 pessoas. Em Beit Hanina, o principal objetivo dos franciscanos (que nos anos passados promoveram a construção de um complexo residencial para alojar às numerosas famílias cristãs deste bairro) foi sempre o de criar um lugar cristão de união, encontro e de formação, sobretudo para os jovens.

Desde há alguns anos, funciona um centro social com diferentes atividades religiosas e culturais, com aulas para catequese, salas polivalentes e até uma pizzaria (gerida por uma cooperativa de jovens palestinos).

Agora também está, em projeto, a construção de um complexo poliesportivo com campos de jogo e uma piscina. Isto é, novas oportunidades de trabalho para muitos e, além disso e sobretudo, um centro “poliesportivo” educativo cristão que, através das atividades esportivas, o jogo, as conferências, transmite aos jovens palestinos os valores do Evangelho, para que possam ser uma igreja feita de “pedras vivas”, numa realidade multirreligiosa. Os diferentes projetos são financiados pela Conferência Episcopal Italiana, Unicoop Firenze, a Fundação João Paulo II e muitas outras entidades e associações privadas. O verdadeiro “motor” de todas essas iniciativas e da vitalidade da “Beit Hanina cristã” – que beneficiará inclusive a toda comunidade paroquial de Jerusalém – é o P. Ibrahim Faltas que, por motivo da ocasião especial de ontem, celebrou sua última missa como pároco, antes de assumir sua nova tarefa dentro da Custódia da Terra Santa.

Tradução: Frei Leonardo Pinto do Santos
http://www.custodia.fr/Apertura-de-la-nueva-iglesia-de.html?lang=it