domingo, 9 de novembro de 2008

Terceiro Templo em Jerusalém?

Por séculos os hebreus recordaram, em suas tradições, a destruição do Templo com alguns gestos e sinais, como o quebrar um copo no dia do casamento ou deixar uma parte da parede na entrada da casa sem pintar, querendo recordar que nada está perfeito ou completo sem o Templo.

Construído pelo Rei Salomão por volta do ano 950 a.C, e destruído pelos babilônicos no ano de 586 a.C, o Templo foi reconstruído por volta de 70 anos depois, mas sendo deixado definitivamente ao chão pelos romanos no ano 70 d.C.

O Temple Institute, fundado em 1987, tem o claro objetivo de reconstruir o Templo. Com sua sede numa localidade hebraica, o instituto é visitado anualmente por cerca de 100 mil pessoas, dentre as quais a metade é cristã, desejosos de conhecer a história do Primeiro e Segundo Templo e os preparativos para o Terceiro.
Muitas das pessoas do Temple Institute foram qualificadas de loucas, fanáticas e racistas, embora ainda continuem a acreditar que não exista nada de mais natural, para a fé hebraica, que começar a fazer os preparativos para o Terceiro Templo.

Segundo Richman, os hebreus devem ter muito bem claro um importante princípio: fazer o possível para que o Terceiro Templo seja realizado ainda em nossos dias. O primeiro passo deve ser o retorno às raízes espirituais para uma reconciliação entre Deus e o homem, não somente para o povo hebraico.
Segundo o diretor do Temple Institute, Yehuda Glick, alguns hebreus devotos acreditam que o Templo descerá do céu. Glick adverte que, “celeste” não significa necessariamente místico ou mágico. Durante a guerra dos Seis Dias, de fato, o povo de Israel estava enfrentando uma grande catástrofe e estava para ser eliminado. Por seis dias resistiram aos inimigos de todos os lugares e reconstituíram Jerusalém como capital do Estado de Israel. Desse modo, também isto pode ser considerado um milagre.

O Rabino Moshe Silberschein, docente de literatura rabínica do Hebrew Union College, tem um certo temor, caso o Institute comece a ocupar-se a falar da construção do Terceiro Templo. É senso comum de que não se pode impor (sob a Explanada do Templo) a delimitação de uma área para construir o Terceiro Templo, pois seria motivo de guerras e discórdias, o que seria uma total contradição ao que se lê em Isaías: “O meu templo se chamará casa de oração para todos os povos”.

Também o Rabino David Forman, ex-diretor da sede israelita da Union for Reform Judaism, tem a posição contra as aspirações do Institute, se opondo por duas razões: a primeira é puramente ideológica/teológica e a segunda é prática/política. Forman observa que, em primeiro lugar, a reconstrução do Templo reconduziria o judaísmo aos tempos no qual o culto a Deus era praticado com o sacrifício. Segundo a tradição hebraica, com a destruição do Templo, desabou também a noção de sacrifício. No período rabínico nasce uma nova forma de oração que parece ser uma forma mais civil de pedir, louvar, agradecer e rezar a Deus.

Em segundo lugar, a reconstrução do Templo provocaria graves desordens devido à enraizada devoção que as três religiões monoteístas têm por Jerusalém, a cidade Santa. Alterar este equilíbrio, portanto, poderia motivar um conflito muito mais amplo, envolvendo todo o mundo e, certamente, também a comunidade islâmica. 

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/spip.php?article4248

Nenhum comentário:

Postar um comentário