terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Restauração da gruta da Anunciação

A gruta da Anunciação em Nazaré está, neste momento, no centro das atenções em relação aos lugares santos. A sua restauração está em andamento, com descobertas de pinturas e grafites surpreendentes.

Em Nazaré, está presente o grupo da Universidade de Florença, dirigido pelo Prof. Piergiorgio Malesani e pelo Prof. Piero Baglioni, auxiliados pelo Dr. Rodorico Giorgio.

A rocha da Gruta há muitos anos mostrava um evidente estado de progressivo degrado do material lapidoso. Esta grave deterioração foi provocada, sobretudo, pelas restaurações dos anos 70, quando foi utilizado polímero, uma substância plástica que comprometeu a matriz originária da pedra. Este processo foi acelerado pelo fluxo contínuo de peregrinos, como é possível ver por meio da monitoração da umidade e da temperatura.

Durante o trabalho, ocasionalmente são descobertos elementos novos, como resquícios de pinturas sobre as paredes e grafites deixados pelos peregrinos, como simples cruzes ou letras gregas, ou também decorações florais que voltaram à luz, que já tinham sido documentadas e que será possível rever.

Para o frei Eugenio Alliata, cada descobrimento é particularmente bem-vindo, pois testemunha a devoção milenária de que foi objeto a Casa de Maria, local da Anunciação angélica e da Encarnação do Verbo. Cada elemento encontrado, grande ou pequeno que seja, depois de ter sido cuidadosamente documentado e estudado no seu contexto será, no final, apresentado ao público.

As intervenções que serão feitas por Salvatore Napoli, que está usando uma tecnologia muito sofisticada, são de remoção de todo o material polimérico que foi usado pela precedente restauração de modo inoportuno.
   
http://www.abiblia.org/newsView.asp?id=99

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Vamos até Belém...

"Os pastores diziam entre eles: Vamos até Belém, vejamos este acontecimento que o Senhor nos fez conhecer” (Lc 2,15)

Caros irmãos e irmãs,

Ainda é Natal! Há dois mil anos um anjo apareceu para anunciar uma grande alegria aos pobres pastores de Belém. Enquanto a noite se enchia de luz, os anjos anunciavam no céu a glória de Deus e na terra a paz aos homens que crêem no amor.

A dureza da história em que vivemos tenta criar uma couraça de ferro sobre o nosso coração, procurando sufocar nossa vida. Mas como resistir à provocação para acreditar que realmente Deus entrou no mundo e que existe uma esperança também para nós? Da mesma forma que os pastores correram durante a noite em direção à gruta, assim também nós, apesar de tudo, nos tornamos perseguidores da alegria. Nos falta, talvez, a rude simplicidade dos pastores, embora a ânsia do coração e a necessidade de luz sejam as mesmas. Também a nós foi anunciado o evento que muda a história. Também nós devemos ir até Belém para encontrar respostas para os problemas que obscurecem nossa alma.

Os tormentos que hoje angustiam mais brutalmente a sociedade são de ordem econômica. De repente fomos atingidos por um vento de insegurança que abala os fundamentos de toda ilusão de auto-suficiência. A sociedade materialista descobre com desânimo as suas fragilidades mais profundas. Ser pobre ou poder tornar-se pobre, apresenta-se, a todos nós, como uma possibilidade real. Mas isto é somente o sinal exterior de uma pobreza mais profunda, que aflige a alma. Assim, também nós nos descobrimos pastores da noite.
Para os frades franciscanos que vivem na Terra Santa, a peregrinação a Belém, na noite de Natal, é uma tradição caríssima e preciosa. Mas este ano, mais do que nunca, estamos certos de não sermos os únicos a procurar o Menino. Estarão conosco muitos peregrinos, que junto aos cristãos de Belém e da Terra Santa se unirão às nossas liturgias. Para todos ressoa a voz dos pastores que nos convidam: “Vamos até Belém!” Tenho certeza de que uma multidão infinita de peregrinos invisíveis, nos misteriosos caminhos do espírito, se colocará a caminho conosco buscando encontrar a alegria. Juntos encontraremos aquele Menino indefeso que, no frio da gruta, não tem medo de ser pobre, pois nos apresenta o amor de Deus.

Do Natal, próprio desta Terra Santa, sofrida e dilacerada, ressoa a mensagem que pode renovar o mundo. Venham todos à Belém com o coração simples, e o encontro com o Menino Jesus apagará todo medo. Há ainda esperança para todos!

De Belém, votos fraternos de um Santo Natal!

Frei Pierbattista Pizzaballa ofmCustódio da Terra Santa

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
http://www.custodia.org/spip.php?article4371

sábado, 13 de dezembro de 2008

Nascentes do Lago do Tiberíades têm menor nível de água da história

Segundo dados comunicados por Water Authority’s Hydrological Service, na semana passada o fluxo de água que surge das maiores nascentes que alimentam o rio Jordão e o lago de Tiberíades diminuiu aos mais baixos níveis já registrados na história.

Os dados se referem aos dados do mês passado. O fluxo de água é o mais baixo desde 2001 e entre os mais baixos desde o início das medições efetuadas a partir de 1948. A falta de chuvas e a consequente redução da água dos afluentes do rio Jordão são, provavelmente, a causa da redução do nível de água.
As cifras mostram que a água das nascentes está escassa (com o tempo a força do fluxo de água foi reduzida pela metade); no momento se registram 3,12 metros cúbicos de água por segundo, o mais baixo índice já registrado antes, embora trate-se de uma das nascentes mais abundantes de Israel.
Nas nascentes de Banias o fluxo é de 0,32 metros cúbicos de água por segundo, um dado que diminiurá ainda mais nos dias vindouros dedivo à falta de chuvas. O fluxo de água proveniente do lado norte do lago se reduziu a menos da metade em relação ao ano passado.

Nas últimas semanas, a sociedade Mekorot limitou o fornecimento de água retirada do lago, com o objetivo de impedir uma maior redução do nível hídrico. Fazendo uma simples comparação, já é possível perceber o problema que se está enfrentando, pois no ínicio de dezembro do ano passado o nível estava começando a subir, enquanto que em dezembro deste ano se assiste um declínio contínuo. Desde dezembro de 2007 até hoje percebeu-se um declínio de 1,40 metros no nível de água.

Para enfrentar a crise hídrica, a Sociedade para a proteção da natureza israeliana pediu ao governo intervenções imediatas que garatam a conservação de água em todas as áreas, inclusive no setor privado.
Desse modo, a organização ambiental tem o objetivo de economizar anualmente 20 % de água, ou seja, cerca de 100 e 150 milhões de metros cúbicos, cifras análogas à quantidade de água dessalinizada hoje em Israel.

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
http://www.custodia.org/spip.php?article4519

domingo, 7 de dezembro de 2008

Abertura do Advento em Belém

Usando a luz que permanece acesa no presépio da gruta da Natividade, Frei Pierbattista Pizzaballa inaugurou o ciclo de natal em Belém, acendendo com o fogo a primeira vela da coroa do Advento.
A festa começou com a entrada solene do Custódio da Terra Santa na cidade da Natividade. Uma grande procissão partiu de São Salvador até a manjedoura de Belém. Lá se encontravam vários fiéis, frades, o pároco Frei Samuel Fahim acompanhado do Ministro do Turismo, Khouloud Doubaibes; o Governador Salah AL Tamari e o prefeito de Belém, Victor Batarseh.
Foi um dia bem celebrado e, embora o momento litúrgico seja de espera, a alegria daquele que há de vir já foi contagiante. Era possível ver sobre nos rostos dos participantes a alegria e o sorriso radiante. Sob a igreja paroquial o Custódio paramentou-se com a cor roxa, própria para a recitação das primeiras vésperas do Advento.
Atualmente, fica sob a responsabilidade da prefeitura a decoração natalina da cidade de Belém, bem como a acolhida dos peregrinos e turistas que são esperados em grande número durante esse período. As atividades civis e religiosas se multiplicam, na espera de poder celebrar o nascimento do Senhor na mesma cidade em que, há mais de dois mil anos, Ele veio à luz.
Antes de deixar a Belém, Frei Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa, celebrou a missa do primeiro domingo do Advento juntamente com toda a comunidade paroquial.

Desse modo, a primeira vela do advento foi acesa, e brilha continuamente para recordar-nos que aqui surgiu a luz que brilha nas trevas. 

Tradução e adaptação: Frei Diego Atalino de Melo
http://www.custodia.org/spip.php?article4361

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Descoberto em Jerusalém um túnel do tempo de Davi

Nos últimos tempos as escavações na Cidade de Davi têm revelado inúmeras riquezas arqueológicas que nos transportam ao tempo da Bíblia. A última delas foi a descoberta de um túnel que poderia ser do tempo do rei Davi, eventualmente mencionado em 2Samuel 5,8, quando Davi conquistou a cidade usufruindo da presença de um canal. Esse canal provavelmente era um aqueduto.

O túnel foi descoberto no início do ano. A abertura é bastante grande e permite a passagem de uma pessoa, contudo só os primeiros 50 metros são acessíveis. O resto é coberto por detritos e outros materiais que precisam ser removidos. As paredes do canal são feitas de pedras, às vezes naturais e às vezes trazidas de outros locais.

O aqueduto se encontra embaixo de uma estrutura feita de pedra que foi identificada pela arqueóloga Eilat Mazar como o Palácio de Davi (2Samuel 5,11). O túnel, que já existia, teria sido usado também durante o período da existência desse palácio. Mais tarde o túnel pode ter sido usado como passagem de emergência e talvez foi usado pelo rei Sedecias, quando Jerusalém estava sitiada pelo babilônicos (2Reis 25,4). Na área foram encontradas também lâmpadas de óleo datadas do fim do Primeiro Tempo (600 antes de Cristo), que serviriam para provar tal tese.

A cidade de Davi è uma pequena colina onde Davi construiu a sua capital, há 3 mil anos atrás. Enquanto no subsolo revela preciosos tesouros arqueológicos, na superfície esta se tornando um centro muito ativo, com espaços para os visitantes, uma exposição tridimensional e visitas guiadas às escavações que incluem o poço de Warren e também o túnel de Ezequias e a piscina de Siloé.

Fonte: http://www.abiblia.org/newsView.asp?id=96

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Celebração de Duns Scotus

Sob a iniciativa do Studium Biblicum Franciscanum, foram desenvolvidas as festividades para a inauguração do ano acadêmico. A cada ano, tal inauguração se dá pela ocasião da festa do Beato Duns Scotus, que assume, nesse ano de 2008, uma maior solenidade devido ao VII centenário de sua morte.

No dia 08 de novembro pela manhã, a sala do auditório de São Salvador encontrava-se repleta de frades franciscanos, capuchinhos, religiosos e religiosas que vieram para participar das três conferências do dia.
A magistral conferência de Frei Paolo Martinelli OFMCap tinha como tema: São Francisco de Assis e a fé: atualidade de uma experiência cristã. Também houve a exposição de Frei José Rodriguez Carballo OFM, Ministro Geral da Ordem: O Beato João Duns Scotus (1266-1308) sinal profético para a Ordem Franciscana e para a Igreja. E por último a conferência de Frei Frédéric Manns OFM: Ecos do Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.

No dia seguinte, domingo dia 9, no Getsêmani houve a missa solene presidida pelo Ministro Geral, Frei José Rodriguez Carballo OFM, acompanhado pelo Custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, pelo vigário custodial Frei Artemio Vítores e pelo provincial da Província de Santa Edwiges, da Polônia, Frei Waclaw Satnislaw Chomik. Além dos frades da Custódia, professores e alunos do SBF, bem como os seminaristas franciscanos, estavam presentes também 48 franciscanos polacos, que estavam em peregrinação. A eucaristia foi concelebrada por inúmeros sacerdotes.

Na homilia, o Ministro Geral recordou que Duns Scotus foi capaz de, graças ao estudo, alimentar o diálogo entre o conhecimento e a devoção, a contemplação e a pesquisa, a ciência e a caridade. Neste sentido, pode ser considerado ainda hoje, tanto para os franciscanos quanto para aqueles que não pertencem à Ordem, um mestre e guia.

A presença dos frades polacos da Província de Santa Edwiges, convidados para o almoço em São Salvador, foi uma ocasião para o Custódio da Terra Santa entregar a medalha do peregrino ao Provincial da referida província, Frei Waclaw Stanislaw Chomik. Após o almoço, o Custódio se dirigiu também aos frades, apresentando a realidade da Custódia.

Atualmente 22 frades polacos estão presentes na Terra Santa, dos quais 4 pertencem à Província de Santa Edwiges. 

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
http://www.custodia.org/spip.php?article4261&lang=it

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Briga dos monges gera "escândalo"

A briga de domingo entre monges armênios e greco-ortodoxos na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém,foi um "escândalo". Foi o que disse o custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, em entrevista à Rádio Vaticano. O confronto ocorreu durante a cerimônia anual da Cruz de Jesus, levada em procissão pelos monges armênios e impedida por um monge ortodoxo.

Fr. Pizzaballa explicou que se trata de tensões antigas ainda vivas em Jerusalém, porém, tudo tem um limite e este limite foi fartamente superado: "Hoje, os conflitos e as incompreensões, que são inevitáveis no nosso ambiente, não podem ser superados com a violência. Que credibilidade teremos, sobretudo nós cristãos, quando convidamos todas as partes, principalmente israelenses e palestinos, a um diálogo e depois fazemos essas coisas? Dito isso, é preciso compreender ainda que as culturas aqui sejam muito diferentes, também é verdade que a unidade é uma realidade à qual aspiramos, mas que, infelizmente, ainda não existe".

Fr. Pizzaballa anunciou que contatou as duas partes para tentar resolver a questão.
   
http://www.franciscanos.org.br/noticias.php/182/

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Jordânia zela pelos lugares santos

O rei Abdullah declarou que a Jordânia, em continuidade com o seu direito histórico de fiscalizar e de garantir a conservação dos lugares santos de Jerusalém, se empenhará para que tais lugares continuem sendo protegidos.

Durante o encontro em que participou o diretor geral da Unesco, Koïchiro Matsuura, o Rei confirmou a oposição da Jordânia a todo intervento israelita que possa comprometer a identidade islâmica di Bab Al Magherbeh, que a Unesco considera patrimônio da humanidade e cujas características não devem sofrer alterações.

A Jordânia sustenta a posição de que os trabalhos realizados pelas autoridades israelitas são ilegais. Segundo Raef Nejem, vice-presidente da comissão para a conservação da Mesquita de Al Aqsa e da Cupola della Roccia, as autoridades de Awqaf apresentaram uma proposta para a conservação da rampa de acesso à porta dos Magrebini, danificada pelas chuvas, bem como a conservação de uma outra estrada não asfaltada.

Neje afirmou que o projeto recebeu a aprovação da Unesco, pois respeita a história do lugar e não envolve a Mesquita. No entanto, ainda assim, Israel continua com o seu projeto de construir uma ponte de aço.
Durante um encontro com Matsuura, o primeiro ministro Nader dahabi, recordou que a responsabilidade da Jordânia de fiscalizar e cuidar dos lugares santos de Jerusalém é uma missão que está vinculada ao status histórico e religioso da família Hascemita. O premier pediu que a Unesco faça o possível para que sejam envolvidos também especialistas da Jordânia para a realização do projeto para a reconstrução e restauro da Porta dos Magrebini.

Para Dahabi, é importante colaborar com todas as partes envolvidas, inclusive a autoridade religiosa muçulmana, que é representada em Jerusalém por Awqaf, que tem por objetivo prover a conservação dos santuários muçulmanos.

Desse modo, a Jordânia espera que o projeto final de restauro de Bab AL Magharbeh seja aprovado pela supervisão da Unesco e pelo World Heritage Committee, declarou Dahabi. 

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/spip.php?article4268&lang=it

domingo, 9 de novembro de 2008

Terceiro Templo em Jerusalém?

Por séculos os hebreus recordaram, em suas tradições, a destruição do Templo com alguns gestos e sinais, como o quebrar um copo no dia do casamento ou deixar uma parte da parede na entrada da casa sem pintar, querendo recordar que nada está perfeito ou completo sem o Templo.

Construído pelo Rei Salomão por volta do ano 950 a.C, e destruído pelos babilônicos no ano de 586 a.C, o Templo foi reconstruído por volta de 70 anos depois, mas sendo deixado definitivamente ao chão pelos romanos no ano 70 d.C.

O Temple Institute, fundado em 1987, tem o claro objetivo de reconstruir o Templo. Com sua sede numa localidade hebraica, o instituto é visitado anualmente por cerca de 100 mil pessoas, dentre as quais a metade é cristã, desejosos de conhecer a história do Primeiro e Segundo Templo e os preparativos para o Terceiro.
Muitas das pessoas do Temple Institute foram qualificadas de loucas, fanáticas e racistas, embora ainda continuem a acreditar que não exista nada de mais natural, para a fé hebraica, que começar a fazer os preparativos para o Terceiro Templo.

Segundo Richman, os hebreus devem ter muito bem claro um importante princípio: fazer o possível para que o Terceiro Templo seja realizado ainda em nossos dias. O primeiro passo deve ser o retorno às raízes espirituais para uma reconciliação entre Deus e o homem, não somente para o povo hebraico.
Segundo o diretor do Temple Institute, Yehuda Glick, alguns hebreus devotos acreditam que o Templo descerá do céu. Glick adverte que, “celeste” não significa necessariamente místico ou mágico. Durante a guerra dos Seis Dias, de fato, o povo de Israel estava enfrentando uma grande catástrofe e estava para ser eliminado. Por seis dias resistiram aos inimigos de todos os lugares e reconstituíram Jerusalém como capital do Estado de Israel. Desse modo, também isto pode ser considerado um milagre.

O Rabino Moshe Silberschein, docente de literatura rabínica do Hebrew Union College, tem um certo temor, caso o Institute comece a ocupar-se a falar da construção do Terceiro Templo. É senso comum de que não se pode impor (sob a Explanada do Templo) a delimitação de uma área para construir o Terceiro Templo, pois seria motivo de guerras e discórdias, o que seria uma total contradição ao que se lê em Isaías: “O meu templo se chamará casa de oração para todos os povos”.

Também o Rabino David Forman, ex-diretor da sede israelita da Union for Reform Judaism, tem a posição contra as aspirações do Institute, se opondo por duas razões: a primeira é puramente ideológica/teológica e a segunda é prática/política. Forman observa que, em primeiro lugar, a reconstrução do Templo reconduziria o judaísmo aos tempos no qual o culto a Deus era praticado com o sacrifício. Segundo a tradição hebraica, com a destruição do Templo, desabou também a noção de sacrifício. No período rabínico nasce uma nova forma de oração que parece ser uma forma mais civil de pedir, louvar, agradecer e rezar a Deus.

Em segundo lugar, a reconstrução do Templo provocaria graves desordens devido à enraizada devoção que as três religiões monoteístas têm por Jerusalém, a cidade Santa. Alterar este equilíbrio, portanto, poderia motivar um conflito muito mais amplo, envolvendo todo o mundo e, certamente, também a comunidade islâmica. 

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/spip.php?article4248

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Falecimento de Frei Michele Piccirillo

Faleceu no dia 26 de outubro, em Livorno, Itália, com 64 anos de idade, vítima de câncer, o franciscano Michele Piccirillo, um dos mais importantes arqueólogos do mundo bíblico dos últimos tempos e também professor no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Atualmente vivia em Jerusalém e era professor titular no Instituto Bíblico Franciscano.

Embora seja difícil resumir em poucas linhas os seus 40 anos de atividade e de serviço à Terra Santa, suas inúmeras obras publicadas, escavações e pesquisas feitas, serão o principal testemunho da sua grande contribuição. Entre os seus trabalhos, destacam-se as escavações realizadas no Monte Nebo, de onde Moisés teria observado a Terra Prometida, sem nela poder entrar.

Há setenta anos, desde o início das escavações no Monte Nebo, a Missão Arqueológica Franciscana deu uma nova vida à página da História Sacra que está nas origens da civilização cristã. Desse modo, é por meio dessas descobertas que é possível entrar em contato com a tradição das três grandes religiões monoteístas, prova de um caminho possível no diálogo inter-religioso.

Certamente frei Michele honrou a Custódia da Terra Santa, ou melhor, à Igreja como um todo. O seu trabalho, além de ser apreciado pelas autoridades da Jordânia, obteve a força de demonstrar como as raízes dos povos que vivem no Oriente Médio, são, sobretudo, cristãs.

Frei Michele também contribui na formação de diversos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Frei Ivo Müller, Comissário da Terra Santa, durante seus estudos em Jerusalém, também teve a oportunidade de conhecê-lo com professor e confrade.

Seu funeral será celebrado dia 29, na Basílica da Universidade Antonianum, em Roma.

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Convite de Ordenação Presbiteral de Frei Raitham

A Ordem dos Frades Menores,
a Custódia da Terra Santa e a família de Franso Yalda
tem o prazer de convidar a todos para a

Ordenação Presbiteral de Frei Haitham

A cerimônia será presidida pelo Monsenhor Basilios Georges Casmoussa,
Arcebispo da Diocese Sírio-Católica de Mossul.
A ordenação realizar-se-á no dia 20 de setembro, às 16h00,
na Igreja da Imaculada Conceição, em Karakoch – Mossul – Iraque.
A primeira missa será celebrada no dia seguinte na mesma igreja em que será celebrada a Ordenação.

domingo, 24 de agosto de 2008

Novas descobertas arqueológicas na Galiléia

Único pela sua dimensão, recentemente foi descoberto um complexo de produção de óleo da época bizantina. Segundo os especialistas, trata-se de uma das maiores descobertas do país encontrada até agora. As escavações foram conduzidas pela Israel Antiquities Authority em Moshav Ahihud, na Galiléia ocidental, pertencentes ao projeto de desenvolvimento e ampliamento do local.
Segundo Michale Cohen, diretor das escavações, no século VII d.c houve um incêndio de grandes dimensões, cujos resquícios são perfeitamente evidentes sobre as paredes do edificio. As chamas destruíram a estrutura causando a interrupção das atividades produtivas da época.
No centro do complexo há um moinho (constituido de uma grande pedra circular) sobre o qual era colocada uma mó. Ao lado das bases da prensa foram encontradas fendas e outros espaços usados para separar o óleo de outros sedimentos líquidos.
Há também dois reservatórios com capacidade para cerca de 20 mil litros, que eram usados para conservar o óleo. Os reservatórios e as extremidades das paredes que os separavam eram revestidos com mosaicos que continham representações geométricas e inscrições ainda não decifradas.
Entre os objetos encontrados durante as escavações, há muitos restos de telhas, colunas de mármore, dois fragmentos de balaústre em mármore, muitas lâmpadas e uma corrente em bronze usada para mantê-las supensas. Estes objetos indicam que nas proximidades existia uma igreja e que, provavelmente, o complexo estava situado dentro de um mosteiro bizantino da época. Também há evidências de que o lugar foi ocupado durante toda a primeira parte do período islâmico entre os anos 638 e 1099.
Assim, devido à grande importância da descoberta, está sendo estudada a possibilidade de conservar e abrir o sítio arqueológico para a visitação pública.

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/spip.php?article3759&lang=it

domingo, 17 de agosto de 2008

Grupo islâmico opõe-se ao alargamento do Muro das Lamentações

Um grupo islâmico interveio contrariamente à proposta de alargar a parte do Muro das Lamentações que é reservada às preces das mulheres.
A crítica ao projeto procede da Al Aksa Foundation, que é membro do movimento islâmico de Israel. O porta-voz do movimento islâmico, Zahi Nujeidat, declarou que a mesquita Al Aksa encontra-se sob ocupação. Durante uma conferência à imprensa de Jerusalém, na terça-feira passada, expoentes da Fundação negaram a existência de um Templo hebraico na explanada das Mesquitas.
No entanto, o projeto de alargamento da parte do Muro das Lamentações reservada às mulheres ainda não obteve a aprovação final das autoridades israelenses.
Pelo que se pode perceber, ao observar o muro, a seção reservada às mulheres seria ampliada à direita, ou seja, ao sul. Um trabalho desse gênero comportaria o abatimento (ao menos em parte) da precedente rampa de acesso à Explanada do Templo e a conseqüente remoção dos restos arqueológicos que foram descobertos durante as escavações. Desse modo, tanto a Comissão de Planejamento de Jerusalém como a UNESCO já haviam se declarado contrárias ao referido projeto.

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/spip.php?article3758

sábado, 16 de agosto de 2008

Conheça o 7º itinerário da Terra Santa

Lugares Santos
7° Itinerário:
Colinas de Golan – Cesaréia de Filipe
1. Colinas de Golan
Estas colinas pertenciam à Síria até 1966, quando foram conquistadas por Israel na guerra dos seis dias, também chamada de guerra de Yon Kippur, por coincidir com esta festa dos hebreus. Elas são muito importantes para o Estado de Israel, porque ali estão as nascentes do Rio Jordão. Nestes campos, podemos recordar as vacas de Basan.
2. Qasrim
Qasrim é uma cidade moderna, reconstruída pelos judeus em 1977, perto das ruínas da cidade antiga. Na parte antiga, pode-se visitar as ruínas, com moinhos de oliveira (azeite), bem como uma sinagoga da época bizantina. Nesta cidade, existiu uma comunidade de estudo do Talmud. O estudo era feito em grupos, orientado por um mestre. Na cidade moderna, é aberto aos visitantes um museu muito bem organizado, que recolhe coisas históricas de toda a região. A arqueologia deste lugar apresenta peças de quatro mil anos antes de Cristo. São estátuas dos deuses, adoradas pelo povo, antes do judaísmo, bem como um dolmen. O museu apresenta também uma grande quantidade de moedas dos vários povos da região. Fora dele pode-se visitar um grande número de ruínas do tempo dos bizantinos, encontradas em Kursi (episódio dos demônios que entraram nos porcos, cf. Mc 5). Também podem ser vistos restos de tumbas cristãs. O que mais impressiona é uma projeção de slides sobre as descobertas de Gamla (camelo), uma cidade próxima, destruída pelos romanos no ano 67 a.C.
3. Quneitra
Esta cidade foi totalmente destruída na guerra de Yon Kippur, no ano 1966. Nesta guerra, Israel tomou toda a região de Golan da Síria, que pode ser avistada do monte Hermón. Este monte, com 2400 m de altitude, é o centro de três fronteiras (Israel, Líbano e Síria). De Quneitra pode-se ter uma visão da direção de Damasco, não muito longe desta fronteira, onde recordamos São Paulo (At 9). Perto de Quneitra está o acampamento da ONU, em constante vigilância da paz no local. Depois, passa-se por uma vila, habitada pelos drusos, onde se encontra um lindo lago, formado durante uma explosão vulcânica. Esses habitantes eram da Síria, semelhantes aos ciganos. Hoje, dedicam-se ao cultivo de maçã. É uma região rica de frutas, nas proximidades do monte Hermón, com as águas da neve derretida que descem desse monte.
4. Cesaréia de Filipe
Os habitantes da região chamam este lugar de Bânias. É uma fonte famosa do Rio Jordão, onde o deus Pan era venerado pelos gregos. A poucos metros destas ruínas gregas, estão as ruínas da cidade de Cesaréia de Filipe. São ruínas do tempo dos bizantinos e cruzados, que recordam o lugar onde Cristo estabeleceu a promessa do Primado de Pedro (Mc 8,27-30). Diante das nascentes do Rio Jordão, podem ser renovadas as promessas do batismo.
Descendo as colinas, passa-se por Dan, onde há um sítio arqueológico com ruínas de mais de quatro mil anos de história. Ali está a segunda nascente do Jordão, numa região muito verde, com um Qibutz-hotel. Logo depois passa-se pela cidade de Metulla, na fronteira com o Líbano, e pela linda cidade de Qiryat Shemona. Esta cidade já foi bombardeada várias vezes pelo grupo do Hesbolá, os fundamentalistas islâmicos do Líbano.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Basílica da Natividade, em Belém, ganha novos quadros

Belém e o seu Status quo

Na Basílica da Natividade, em Belém, as três comunidades cristãs (gregos ortodoxos, armenos e franciscanos - para os católicos latinos-) colaboram juntas para cuidar da manutenção e da acolhida aos peregrinos que vem à Gruta e à Basílica bizantina, segundo o regulamento fixado pelo status quo em 1852. Assim, os últimos meses demonstraram que, além das rígidas normas do passado, as três comunidades são capazes de uma construtiva colaboração.

No início do mês de maio desse ano, nós franciscanos, em acordo com os superiores gregos e armenos, mudamos os três quadros que ornam a Gruta da Natividade, substituindo os que foram colocados em 20 de julho de 1885. Os quadros removidos estavam marcados com sinais de queimaduras e cera, bem como escurecidos pela fumaça das velas.

As três pinturas que substituíram os referidos quadros representam a natividade de Jesus e a visita dos pastores, a adoração dos Magos, e o coro dos Anjos que trazem o anúncio evangélico de Glória in excelsis Deo – Pax hominibus bonae voluntatis.

Estes quadros foram preparados justamente para a Gruta da Natividade, pois assim o confirmam as medidas exatas, correspondentes às molduras da Gruta e, sobretudo, pela escolha de pintá-las numa sutil lâmina de ferro. Este insólito material foi escolhido justamente para impedir os incêndios provocados por um acidental contato com as chamas das velas. Os quadros foram pintados na Alemanha na segunda metade do século XIX por representantes da escola dos Nazarenos. A pintura dos Anjos (205x36cm), colocada sobre a manjedoura, é obra de Joseph Lehren e foi pintada em 1877. Os outros dois quadros são obras de Carl Clasen, falecido em 1886, sendo possível de se ler a sua própria assinatura sobre as pinturas, bem como a cidade onde foram pintadas, Düsseldorf. Na manjedoura foi colocada a obra que representa a natividade com a adoração dos pastores (91x57cm) e, sobre o altar onde é celebrada a Santa Missa foi posto o quadro de 122x55cm que representa a adoração dos magos.

Aproveitando da ocasião foi mudada também a estrutura da madeira sobre as quais ficavam os quadros dos Anjos.

O espírito de colaboração das três comunidades encontra um outro evidente testemunho no acordo alcançado para a renovação do sistema elétrico. No dia 21 de julho, os Gregos e os Armenos iniciaram o grande trabalho de substituição de todos os fios elétricos nas respectivas áreas da Basílica. No entanto, nós franciscanos ainda temos um projeto de renovação da rede elétrica na parte da Gruta que é de nossa responsabilidade.

Esperamos que esta boa colaboração continue e que o fraterno diálogo ecumênico nos conduza para um comum acordo que nos permitirá enfrentar o grande problema do telhado da Basílica.

Frei Jerzy Kraj, ofm – Guardião de Belém
Tradução: Frei Diego Atalino de Melo

domingo, 10 de agosto de 2008

Encontro dos frades do Brasil com o Custódio da Terra Santa

Nos dias 16 a 30 de julho p.p., 25 frades franciscanos da CFMB (Conferência dos Frades Menores do Brasil) caminharam pelos Lugares Santos, no Projeto Reviver o Dom da Vocação. Dentre os vários locais visitados e experiências realizadas, destaca-se o encontro do grupo com o Custódia da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, que aconteceu no dia 26, no Convento São Salvador (Cúria Custodial). Após a apresentação inicial, ouvimos a mensagem do Custódio, que discorreu longamente sobre a presença da Igreja Católica na Palestina, conforme o resumo que segue:

- Em Israel, não há problema econômico. A maioria da população é da classe média, tendo trabalho e condições de bem viver e administrar a sua vida aqui nestas terras. Os cristãos que aqui vivem, têm os seus direitos sociais preservados, com um bom sistema de saúde, água, telefone, moradia, desde que estejam sob a tutela do Estado de Israel. O principal problema acontece, quando as portas se fecham a eles, pelo fato de sua adscrição religiosa não corresponder ao Judaísmo;
- O cristianismo nestas terras está fadado a desaparecer. O problema já começa com a própria natalidade, ou seja, o gradativo aumento de filhos dos judeus e dos muçulmanos e a diminuição dos filhos de famílias cristãs (1 a 2 por família);
- O matrimônio acontece somente dentro da religião. Não tem respaldo do Estado. O mesmo acontece com a sepultura, que é registrada somente na religião de adscrição da pessoa. Daí, justifica-se a classificação entre cemitérios judeus, cemitérios muçulmanos e cemitérios cristãos;
- O secularismo está entrando também em Israel e na Palestina. Por incrível que pareça, quanto mais estudados, mais seculares, mais itinerantes, porque descobrem novas possibilidades econômicas, políticas e religiosas;
- O grande desafio do momento é manter os cristãos unidos, em comunidade. Daí, a importância das escolas e das comunidades reunidas ao redor do mistério celebrativo;
- O muro da vergonha causou separação e divisões. É uma ferida, que divide e cria obstáculos. Devido aos rigorosos controles em suas portas, não é possível entrar e sair de Jerusalém (motivos de trabalho e outros). São mais de 40% dos cristãos, que perderam o seu trabalho por causa do muro. A posição da Custódia é veementemente contrária ao muro;
- A comunidade cristã é bastante instruída. Por outro lado, isso facilita a emigração;
- A Igreja encontra-se em dificuldade de diálogo, porque dentro do próprio cristianismo local existem divisões e disputas;
- Estamos aqui como cristãos e testemunhamos através da nossa convivência pacífica diante das duas grandes religiões;
- Os frades são poucos diante da demanda de serviços nos lugares santos. No momento, são 18 casas (santuários, comunidades) que têm apenas um frade aos seus cuidados. Diante da nossa fragilidade, aceitamos ajuda externa. No momento, destacam-se o Mundo X (Monte Tabor) e a Comunidade Shalôm (Nazaré). São novas formas de solidariedade aos excluídos do sistema e novas formas de reavivar a nossa presença, com a ajuda externa. Também contamos com uma presença significativa de sacerdotes diocesanos, especialmente no Santo Sepulcro. Contudo, preservamos o que é próprio da nossa parte (sacristia e atendimento aos peregrinos);
- Diante das necessidades que temos, aceitamos ajuda das Províncias e outras entidades, sobretudo para prestar um serviço nos santuários. Pode-se vir por um período curto (um ano) ou longo, de acordo com as condições de cada oferta de frades a serviço da Terra Santa. Necessariamente, não precisa começar pelo Santo Sepulcro, que é sempre muito difícil a quem chega aqui;
- A Custódia não é uma entidade, como as demais da Ordem. É, por excelência, um lugar de missão da Ordem, de acordo com o nosso carisma fundacional.

Que estes desafios levantados pelo Custódia possam recordar em nós o desejo de sempre ajudarmos a manutenção dos Lugares Santos, seja através da Coleta da Sexta-feira Santa, seja pelas outras iniciativas promovidas em cada Comissariado da Terra Santa.

Frei Ivo Müller, OFMComissário da Terra Santa

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ordenação Presbiteral em Aleppo - Síria

A Ordem dos Frades Menores,
a Custódia da Terra Santa e a família de Kamil e Juliette Karakach
tem o prazer de convidar a todos para a

Ordenação Presbiteral de Frei Bahjat Karakach

A cerimônia será presidida pelo Monsenhor Bedros Miriatian,
Arcebispo da Diocese Armena Católica de Aleppo,
quando, por meio da imposição das mãos e pela oração consecratória
será concedido o ministério sacerdotal ao referido frade.
A ordenação realizar-se-á no dia 16 de agosto, às 18h00,
na Igreja Paroquial de São Francisco, em Aleppo – Síria.