sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Oração pela Unidade dos Cristãos


Jerusalém, 24-25 de janeiro de 2011. Continua a Semana de oração pela Unidade dos Cristãos na Terra Santa. Cada dia, uma igreja das diferentes confissões cristãs hospeda o encontro de oração que se celebra em várias línguas e que segue um momento de troca fraterna. No dia 24 de janeiro a encarregada de acolher este evento foi a Igreja Armênia.

Em uma sugestiva atmosfera iluminada exclusivamente pelas “ganteghes”, as tradicionais lamparinas de azeite que, em grande quantidade, iluminam toda a abóboda da Catedral de Santiago, e pelas velas que os religiosos e fiéis de diferentes credos cristãos carregam, todos puderam rezar juntos acompanhados por cantos pré-bizantinos e pré-gregorianos, típicos da tradição armênia.


O arcebispo Aris Ahirvanian propôs um momento de reflexão no qual recordou como Jerusalém é o lugar onde nasceu a primeira comunidade cristã e onde o Espírito Santo iluminou o conhecimento de pessoas de diferentes línguas e culturas. “Também hoje somos chamados a ser uma realidade pentecostal”, disse o arcebispo, “unidos pelo sinal da Cruz do ressuscitado e em união com os irmãos que dão testemunho de fé com sua vida”.

No dia 25 de janeiro, a encarregada de acolher este encontro de oração foi a Igreja Luterana. Também nesta ocasião a afluência de fiéis foi numerosa até encher por inteiro a igreja do Redentor e a acolhida aos cristãos das diferentes expressões foi muito cordial. Sugestivo também foi o acompanhamento do coro, que deu grande realce ao encontro.


Na quarta-feira, 26 de janeiro, às 17 horas e na quinta-feira, 27, às 16 horas, o encontro é na paróquia latina de São Salvador, onde este ano os frades menores preparam a oração em nome da Igreja latina.

Marco Gavasso

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Oracion-por-la-Unidad-de-los.html?lang=it

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Antonio Barluzzi: a mostra continua


A mostra dedicada a Antonio Barluzzi (1884-1960), o arquiteto que deixou uma grande marca com sua criatividade na Terra Santa, continua no Christian Information Centre, próximo do Jaffa Gate, na Cidade Velha de Jerusalém.


É um agradecimento ao gênio da arquitetura Barluzzi que reconstruiu a maioria dos santuários franciscanos: a basílica do Monte Tabor, do Getsêmani, a Igreja do Campo dos Pastores, da Flagelação, São Lázaro e Betânia ... para mencionar somente algumas.

Ele foi encarregado por vinte e quatro trabalhos – incluindo igrejas, hospitais e escolas, que ele construiu com energia inesgotável e profunda fé entre 1912 e 1955.

Barluzzi é uma figura fundamental do século passado para a Terra Santa, não somente pelos seus inúmeros trabalhos, mas sobretudo porque ele é um exemplo de arte e real talento oferecidos para exaltar, com beleza e sincero amor a Deus, os lugares mais caros ao cristianismo.


A mostra, que foi inaugurada no dia 14 de dezembro de 2010, está aberta de 8h30 às 17h30, no Christian Information Centre, Jaffa Gate, na Cidade Velha de Jerusalém.

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Antonio-Barluzzi-the-exhibition.html

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Começa em Jerusalém a Semana pela Unidade dos Cristãos


Em Jerusalém, o termo “ecumenismo” tem o sabor de cotidianidade, sabor doce e, às vezes, amargo, mas nunca insípido. Esta é a frase que pode resumir o pensamento de quem está vivendo esta Semana da Unidade dos cristãos em Jerusalém, semana que foi inaugurada neste sábado quando católicos e protestantes assistiram a oração das “Completas”, a celebração do “Apodeipnon” dos gregos ortodoxos no Calvário, uma semana depois que o resto do mundo, em respeito à “última” Epifania, celebrada pelos armênios ortodoxos.

O tema da Semana da Unidade dos cristãos deste ano eleito pela “Igreja Mãe” de Jerusalém é o texto dos Atos dos Apóstolos que fala das origens da comunidade de Jerusalém, onde os primeiros cristãos viviam “unidos pelo ensinamento dos apóstolos na comunhão, no partir o pão e na oração” (At 2, 42).

Na apresentação da Semana da Unidade 2011 por parte do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade dos cristãos junto ao Conselho Mundial das Igrejas, sublinhou-se a peculiaridade de Jerusalém: “A comunidade atual vive muitas das alegrias e das dores da igreja primitiva; a mesma injustiça e discriminação; as mesmas divisões, mas a mesma perseverança fiel e o reconhecimento de um sentido mais amplo de unidade entre os cristãos. As igrejas de Jerusalém nos oferecem hoje uma boa visão do que significa lutar pela unidade dos cristãos em meio a tantos problemas. Mostra-nos como a chamada unidade é muito mais do que simples palavras e que, em efeito, pode levar-nos a um futuro no qual se prevê e se inicia a construção da Jerusalém celeste”.

Ontem se pôde sentir com força o desejo de unidade por parte dos gregos melquitas católicos da acolhedora igreja da Anunciação, a dois passos do patriarcado latino, que para a ocasião estava cheia de fiéis de diferentes ritos. A oração de tradição bizantina e fundamentalmente em árabe, foi presidida pelo vigário do patriarca melquita, o Rvmdo. Youssef Jules Zerey, na presença dos representantes das outras igrejas e foi seguido por um pequeno comes e bebes, momento precioso para confraternizar e trocar algumas palavras.

Os ofícios ecumênicos continuarão durante toda a semana sob o patrocínio das igrejas armênia ortodoxa, luterana, católica latina, sírio ortodoxa, etíope ortodoxa e anglicana. Os franciscanos da Custódia, representantes do rito católico latino, serão os encarregados de conduzir a oração na quarta-feira na igreja paroquial de São Salvador, e na quinta-feira no Cenáculo, lugar onde, excepcionalmente, permite-se celebrar a liturgia somente três vezes ao ano.

Jerusalém, que durante esta semana se mostra em sua diversidade de Igrejas majoritárias e minoritárias, esforça-se, não sem tensão, em ser canteiro de unidade.

E.C.

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Si-e-aperta-a-Gerusalemme-la,9284.html

sábado, 22 de janeiro de 2011

A coordenação da Terra Santa se reúne para avaliação


De 8 a 13 de janeiro, a Coordenação da Terra Santa, que é composta por bispos que representam as conferências episcopais da América do Norte, Europa e Escandinávia, reuniu-se em Jerusalém pelo décimo segundo ano consecutivo, com a finalidade de tomar conhecimento sobre a situação do país, reunir-se com os responsáveis locais e valorizar as necessidades e as modalidades de ação para que a atuação da Igreja universal esteja de acordo e adequada à Igreja da Terra Santa, mãe das Igrejas e sempre ligada aos sucessos e dificuldades de todo tipo que acontecem no Oriente Médio.

As reuniões aconteceram basicamente nos locais da Cúria Geral da Custódia da Terra Santa, no convento de São Salvador, e nelas sucederam uma dezena de intervenções.

O tema eleito pelo Sínodo do Oriente Médio, “A multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma” (At 4, 32), orientou o rico e variado conteúdo das sessões. De fato, os padres se alegraram por contar com o padre Felet, secretário da Conferência dos Ordinários da Terra Santa, pela qualidade da organização e pelo alto nível dos oradores. Agradeceram especialmente por poderem desfrutar de um rico panorama da Igreja da Terra Santa sem falsas espiritualidades nem romanticismos, mas enfrentando a realidade com a energia necessária para superar as dificuldades onde quer que apareçam.


Durante toda a semana, os desafios que se enfrentam na Igreja da Terra Santa se revelaram aos bispos sob uma nova luz. O desafio do diálogo ecumênico e inter-religioso; o desafio da educação nas escolas, tanto no interior como no exterior (qual é a imagem que se tem do cristianismo nas escolas israelenses e palestinas não cristãs?); o desafio da vida religiosa em uma Igreja local com dimensão universal; o desafio da acolhida dos peregrinos e das peregrinações.

“É importante ver os desafios que a Igreja da Terra Santa deve enfrentar em um território tão pequeno. Uma Igreja que deve viver a diversidade de línguas, de culturas, de ritos, de regimes políticos, de áreas geográficas e suas realidades sociais, e mesmo assim permanecer Uma”, comentou Monsenhor Michel Dubost, bispo de Evry (França).

O comunicado da imprensa (que se pode consultar no site do Patriarcado) serviu para dirigir uma mensagem de apoio aos que trabalham em todos os campos nos quais está presente a Igreja, como às autoridades, para que encontrem caminhos de paz e justiça duradouras.

“A coisa mais deprimente neste país é ver no caminho a Belém uma placa que indica aos cidadãos israelenses que estão proibidos de passar. É a coisa mais terrível que conheço, porque isto impede que se chegue a uma solução que poderia ser encontrada em conjunto. Esquecemos a política e os intelectuais, deixemos que as pessoas tenham a oportunidade de se encontrar”, declarou Mons. William Keney, representante da conferência episcopal da Inglaterra e Gales.

O Núncio apostólico, que veio despedir-se dos bispos, encorajou-os a continuarem com seu trabalho. Por outro lado, já se fixou as datas para a próxima reunião.

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Coordination-for-the-Holy-Land.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Felicitações da Custódia às Igrejas Ortodoxas


Na segunda-feira, 10 de janeiro, os franciscanos da Custódia foram a diferentes Patriarcados Ortodoxos para oferecer suas felicitações de Natal e de Ano Novo aos líderes das Igrejas.

A primeira visita foi à Igreja Ortodoxa Grega, onde os franciscanos foram seguidos por líderes de todas as Igrejas Ortodoxas, Católica e Protestante. A delegação católica foi acompanhada pelos bispos e auditores da Coordenação da Terra Santa.

Quando os prelados chegaram aos respectivos Patriarcados, os franciscanos retomaram suas visitas. Os “kawas” abriram o caminho para ir aos Coptas, depois aos Siríacos e por fim aos Etíopes. Depois de 20 de janeiro, será a vez dos Armênios, mas eles ainda não celebraram o Natal.

Neste dia de felicitações, os ataques em Bagdá e Alexandria foram novamente lembrados. Esses eventos têm marcado profundamente os cristãos do Oriente Médio e as felicitações deste ano certamente evidenciaram solidariedade e maior compaixão entre as Igrejas na região, agora que o número de cristãos no Oriente Médio continua a diminuir. “Esse massacre”, disse o Arcebispo Copto, “é semelhante àquele dos Santos Inocentes. Possa o Senhor aceitar esse sacrifício de Natal!”

As Igrejas Copta, Siríaca e Etíope particularmente agradeceram aos franciscanos pela visita, considerando-a uma honra e uma alegria. E esta alegria, que tem origem no Nascimento do Menino Jesus, tem ajudado a suplantar as experiências dramáticas e continua a alimentar esperanças para o novo ano.

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/The-Custody-s-greetings-for-the.html

Oito bispos na missa dominical de Jericó

A menor paróquia de toda a Terra Santa, segundo palavras de seu novo pároco, frei Ibrahim Sabbah ofm, acolheu nada menos que oito bispos em sua missa dominical deste 9 de janeiro. Por motivo de sua peregrinação, às margens do rio Jordão, no dia em que a Igreja celebra o Batismo do Senhor, os bispos da Coordenação da Terra Santa visitaram a paróquia do Bom Pastor para unirem-se às orações da comunidade local. Os cânticos de Natal e a missa dos Anjos foram cantadas em árabe com grande fervor pela pequena mas muito ativa comunidade, ainda mais feliz pela presença e pelas vozes de numerosas crianças. Entre eles, Samir, filho de Lina e Giries, de apenas poucas semanas – ou melhor, alguns dias – que foi abençoado e levado ao altar pelo Mons. William Kenney, bispo auxiliar de Birmingham, que presidiu a missa.

Em suas palavras de acolhida, frei Ibrahim manifestou a alegria da comunidade ao receber esta delegação que representa as conferências episcopais da Europa, Escandinávia e América do Norte e que é sinal da unidade da Igreja Católica. “Sejam bem-vindos e saibam que esta paróquia é também vossa”.

De sua parte, Mons. William Kenney agradeceu pela calorosa acolhida e, depois de haver explicado à assembleia que a Coordenação da Terra Santa vem a cada ano manifestar sua comunhão e estudar como suscitar uma maior solidariedade entre as Igrejas ocidentais e as da Terra Santa, convidou a rezar especialmente pela diocese de Tucson, Arizona, onde no dia anterior aconteceu um dramático episódio que custou a vida de sete pessoas. “Agora, o bispo desta diocese, Mons. Gerald Kicanas, encontra-se conosco e se reunirá amanhã com seus fiéis nos Estados Unidos, levando a eles a oração dos cristãos da Terra Santa.”

No final da celebração, os bispos, depois de terem trocado algumas palavras com os fiéis que falavam italiano ou inglês, escutaram frei Ibrahim falar das alegrias e das penas da paróquia de Jericó. “Ser pároco em uma paróquia tão pequena permite conhecer todos os fiéis, e também os ortodoxos, ainda mais porque o pároco deles é um monge grego e não pode, por causa de sua vida monástica e pelo fato de não falar árabe, acompanhar-lhes da mesma maneira. Significa também estar disposto a fazer um pouco de tudo: pároco, mas também diretor da escola, administrador, mediador, enfermeiro, assistente social... Há que se velar pelo rebanho, que continuamente é pressionado para que se converta ao islã ou ao protestantismo.


Depois deste discurso e depois de um almoço aos pés do Monte das Tentações, os bispos chegaram a seu destino, às margens do rio Jordão, para comemorar o Batismo do Senhor.

No dia seguinte e durante o resto da semana, os bispos reunir-se-ão com a Assembleia dos Ordinários da Terra Santa para discutir o mesmo tema que lhes vem ocupando por motivo do Sínodo para o Oriente Médio: “A Igreja católica no Oriente Médio: Comunhão e testemunho. ‘A multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma (At. 4,32)’”.

As conferências que seguirão tratarão do ecumenismo na vida cotidiana da Terra Santa e do diálogo inter-religioso com o Judaísmo e o Islamismo, também da peregrinação como meio de reconciliação e de paz.

A Coordenação da Terra Santa concluirá seus trabalhos com um comunicado final.

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Ocho-obispos-en-la-misa-dominical.html

Uma festa da Epifania marcada pela atualidade


Quarta-feira, 5 de janeiro. O Custódio, como é habitual, fez a entrada solene em Belém na vigília da festa da Epifania. Das três entradas que se sucedem desde a festa de santa Catarina, esta é a mais simples, se bem que segue o mesmo protocolo com a abertura das três pesadas portas de aço que fecham, já há alguns anos, a antiga estrada dos patriarcas para “isolar” a tumba de Raquel.

Cerca de trinta automóveis de Belém, Beit Jala e Beit Sahour, uniram-se aos que saíam de Belém para acompanhar o Custódio na praça da basílica para efetuar sua entrada, ao som do Te Deum, na igreja de santa Catarina. Entretanto, no que deveria ter sido um dia de festa, a jornada foi marcada pelos trágicos acontecimentos que golpearam os países desta região.

Em Mar Elias, o Custódio expressou sua solidariedade ao coronel israelense que perdeu seu irmão no incêndio do Monte Carmelo. Depois da janta, o Custódio junto a todo o Discretório e os frades Ibrahim e Samir, os frades franciscanos egípcios e os coptos católicos, dirigiram-se ao Peace Centre para apresentar suas condolências aos coptos ortodoxos.


O padre Antonio Urashalimi, representante do arcebispo Anba Abraham, já lhes havia recebido pela tarde e percebeu-se uma grande presença de muçulmanos que se tinham aproximado para partilhar a dor e condenar de forma unânime o atentado.

Pela tarde, o Custódio, depois do canto das primeiras Vésperas e enquanto os franciscanos permaneciam na basílica para recitar o ofício das leituras, acompanhado pelo padre frei Marwan Di’des e seus vigários e frei Rami Haitham Yalda Asakrieh, visitaram diferentes comunidades para lhes dar suas felicitações, obter notícias e conhecer seus projetos e partilhar com eles a alegrias e a dor.

Este foi um ano doloroso: Irmã Annaïde, das dominicanas de santa Catarina de Sena, perderam três de seus familiares em diferentes acontecimentos no Iraque e as irmãs franciscanas do Coração Imaculado de Maria ainda sentem a perda de três de suas irmãs no acidente ocorrido em 24 de dezembro.

Na visita do Custódio a algumas comunidades se percebia claramente como a dor foi partilhada por todos em um período tão difícil, inclusive a enfermidade de um frade preocupa, de fato, a todos.

Diante dos responsáveis dos Escoteiros e da Ação Católica, o padre Custódio insistiu sobre o fato de que as atividades oferecidas devem difundir um espírito religioso e que, dirigindo-se especialmente aos jovens, devem permitir-lhes crescer e se convertem em jovens responsáveis e capazes de se pôr a serviço das comunidades locais em um espírito de unidade para a formação de todos. Intenções e objetivos que seguramente não estariam longe de seu espírito quando, à meia-noite, o Custódio inaugurou o ciclo de missas que se celebram a cada meia hora, da meia-noite às sete da manhã.


Prosseguindo, os latinos seguiram com as celebrações da festa da Epifania com uma missa solene presidida pelo Custódio e que contou com a presença dos Cônsules Gerais das quatro nações latinas.

Enquanto isto, a atenção da cidade se voltou para as sucessivas entradas dos patriarcas e bispos orientais ortodoxos que começavam sua celebração de Natal.

Assim como no dia 24 de dezembro, foram os escoteiros católicos que se encarregaram de animar a missa, com exceção dos escoteiros coptos, que permaneceram em silêncio, já que o arcebispo copto também realizou uma entrada muito discreta em sinal de luto.

Durante todo o dia, a Igreja da Natividade, e sobretudo a Gruta, encheu-se de cantos, também das igrejas orientais que sucessivamente celebraram vários ofícios. Mais tarde, ao final da oração das vésperas, realizou-se a volta do Custódio e de todos os frades franciscanos, que desceram para levar ao Menino Jesus os presentes dos Reis Magos: o ouro, o incenso e a mirra.


O Custódio, com a imagem do Menino Jesus sentado em seu trono, Príncipe da Paz, fez três vezes a volta no claustro permitindo aos fiéis manifestar sua adoração ao Filho de Deus feito homem, imagem que é venerada como representação simbólica.

Durante algumas horas na basílica houve um pouco de trégua. Os fiéis locais se dispersaram deixando espaço a alguns peregrinos enquanto que, entre os bastidores, os ortodoxos se preparavam para uma longa noite em que, na mesma basílica, coptos, siríacos e gregos ortodoxos iam celebrar o Nascimento do Messias, cada um segundo sua própria cultura e língua... A alegria de um novo Natal volta a acender a luz da esperança.

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/L-Epifania-sotto-il-segno-dell.html

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Oração ecumênica contra a violência


Uma única oração uniu na terça-feira, 4 de janeiro, na igreja do Patriarcado Copto ortodoxo de Jerusalém, as igrejas da Terra Santa para lamentar pela segunda vez em três meses, os mortos de outro ataque contra os cristãos no Oriente Médio.

Estavam presentes, entre outros, os representantes da maior parte dos chefes das igrejas, e todos tomaram a palavra para denunciar as condições de certos ataques discriminatórios, como este acontecido na vigília da festa enquanto os fiéis estavam rezando.

O Gran Mufti de Jerusalém enviou uma mensagem que foi lida, enquanto um representante do Fatah expressou algumas palavras. Também o representante da Autoridade Palestina, Mr. Zyad Bendak leu uma mensagem do Presidente Mahmoud Abbas, assim como diversas personalidades muçulmanas da cidade que participaram e apresentaram as suas condolências.

Entre o público se notava também a presença de hebreus israelenses comprometidos com o diálogo com outras religiões monoteístas do país.

Foi o arcebispo dos coptas ortodoxos da Terra Santa, mons. Anba Abraham, quem concluiu com um discurso este prolongado encontro, segundo a tradição oriental, pela apresentação das condolências diante de um café.

Em uma entrevista ao Franciscan Media Centre, mons. Anba Abraham, disse citando Tertuliano: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Esta prova pode reforçar a fé dos nossos fiéis, que serão sempre mais numerosos nas nossas igrejas. Às vezes Deus permite que certos eventos ocorram porque o martírio é um testemunho para o mundo inteiro, um testemunho que deve reforçar a nossa fé e nos reaproximar do Senhor, e fazer-nos crer mais profundamente no Nosso Salvador Jesus Cristo”.

Além disso, a comunidade cristã árabe na Terra Santa, mesmo quando se encontra no país mais seguro da região, considera que esses ataques refletem a angústia de uma pressão inexorável. Segundo o arcebispo Antonio Franco, Núncio e Delegado apostólico, “há o risco de que essa angústia se deixe levar pelo pânico”. A opinião geral é que seja necessário inverter a tendência, fazer a paz onde há a guerra. Uma solução simples, mas possível somente por vias muito tortuosas e ainda mais longas!

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/Preghiera-ecumenica-in-memoria-dei.html

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A oração pela paz e pela liberdade religiosa é sempre atual


No dia um de janeiro, como a cada ano, uma grande multidão se reuniu no Patriarcado Latino Jerusalém para iniciar o novo ano em oração.

Sua Beatitude Fouad Twal presidiu a Missa papal em honra de Maria, a Rainha da Paz, cercado de numerosos bispos e exarcas patriarcais das Igrejas Católicas Orientais, do Custódio da Terra Santa, por abades e superiores e por cerca de trinta padres.

Como a maioria das congregações religiosas do país estava presente, em sua homilia o Patriarca saudou em particular aqueles que tiveram de passar o primeiro Natal aqui a serviço da Terra Santa, também se voltando à tragédia que ocorreu às irmãs Franciscanas do Imaculado Coração de Maria.

Falando em árabe sobre pontos positivos e negativos do último ano, delineou alguns pontos para o novo ano em termos de “diálogo ecumênico e inter-religioso”, de “consolidação da fé do povo Deus, agradecer a leitura da Palavra de Deus a cada dia” e acolhida do aumento de números de peregrinos em visita à Terra Santa.

Em italiano e depois em francês, o Patriarca recordou o drama da emigração de cristãos do Oriente Médio e particularmente da Terra Santa, que é uma “perda para a Igreja universal, para os muçulmanos e para os judeus. Cristãos podem fazer o papel de mediadores em um conflito que tem durado tanto tempo”.

Falando sobre as divisões entre os cristãos, razão pela qual o Sínodo foi convocado, Sua Beatitude falou sobre o “desejo de ver os cristãos locais com uma data comum para a Páscoa”, que está incluída na lista de propostas finais do Sínodo.

Foi o Patriarca quem anunciou o ataque em uma comunidade de cristãos durante a noite, enquanto celebravam a Missa da Noite em uma igreja na Alexandria, no Egito, causando 21 mortes e 43 feridos, de acordo com um balanço provisório de vítimas. “Esse novo massacre,” disse o Patriarca, “deve levar-nos a refletir em nossa vocação de cristãos em uma região que não se pode deixar de abraçar a Cruz. O discípulo não está acima do Mestre”. Dirigindo-se ao Senhor, o Patriarca adicionou: “Se Tu envias a nós mais sofrimentos, por favor dá-nos também
coragem para Te seguir”.

O Patriarca então falou dos 63 anos de conflito entre Israelenses e Palestinos, afirmando com ênfase que ”violência e armas nunca são a solução”.

A missa dedicada à paz através da intercessão da Virgem Maria continuou na contemplação. Depois da bênção final, Sua Beatitude e um grande número de ordinários da Terra Santa receberam as felicitações de ano novo dos fiéis que aglomerava a igreja.

Retornando ao ataque no Egito na última noite, o Patriarca comentou: “Eu tinha a intenção de falar sobre o massacre no Iraque em meu sermão, mas fiquei sabendo daquele de Alexandria. Tudo isso pôs nossos esforços, nossas esperanças e nossas expectativas uma vez mais em dificuldade. O Santo Padre certamente incluirá o massacre do Egito em sua mensagem da paz em Roma, mas é inútil dizer que a cada dia enfrentamos novos problemas. Por quanto tempo será assim? Rezar pela paz e pela liberdade religiosa é sempre atual, dia e noite”.

De acordo com o Custódio da Terra Santa: “O governo dos países árabes têm de fazer algo para prevenir eventos como esses. Não é a primeira vez, especialmente no Egito, que essas coisas têm acontecido. E o que o governo têm feito? O que se está fazendo pelos refugiados de Eritreia? Os governos dos países árabes têm o dever de agir e parar a violência contra as minorias, em particular a minoria cristã.

“Coragem, coragem!” o Patriarca repetiu diversas vezes, com um sorriso para desejar um feliz ano novo.

Mab

Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
http://www.custodia.org/The-prayer-for-peace-and-religious.html?lang=it