quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vamos juntos a Jerusalém: um pouco de geografia da Terra Santa

1. Limites

Muitos definem a Terra Santa como terra do Quinto Evangelho, porque ela é testemunho vivo do que restou da história, envolvendo o Antigo e o Novo Testamento. Este país é uma pequena porção de terra, menor do que o Estado do Sergipe. São apenas 20.700 km. Está situado na parte baixa do mediterrâneo, entre os continentes da África e a Ásia. Faz divisa com o Líbano (norte), com a Síria (nordeste), com a Jordânia (leste) e com a península do Sinai – Egito (sul). Na bíblia, vem denominado como o país que se estende de Dan a Bersheva (1Sam 3,20). De Dan até Bersheva são apenas 240 km. De largura (Mar Morto a Tel Aviv) são apenas 100 km. De norte a sul, cerca de 500 km.


2. Topografia

A topografia da Terra Santa é muito acidentada, de região à região. Na planície mediterrânea está localizada a área mais fértil do país. Exemplos: planície de Sarón e planície de Esdrelón. A parte central é montanhosa, com cerca de 1000 metros de altura. Exemplos: Hebron (1.020 m) ao sul, e o Monte Méron (1.208 m) ao norte. O que é típico no país, sobretudo no sul, são os desertos, tais como o Neguev, Judá e a planície de Arabá (perto de Jericó). O Mar Morto é o mar mais exótico do mundo, está a 400 m abaixo do nível do mar.

3. Divisão

São quatro regiões em destaque: Neguev, Judeia, Samaria e Galiléia. Os confins da Palestina podem ser identificados na maioria dos mapas ou guias da Terra Santa. Hoje, com a “independência” da Palestina, esta incorpora a Jerusalém oriental (leste), Jericó, parte da Samaria e a faixa de Gaza (Mediterrâneo).

4. Agricultura

A terra que corre leite e mel não foi dada de mão beijada ao povo de Deus pelo Criador. Se Israel hoje é um exemplo de agricultura, foi graças à inteligência aplicada aos desertos, com a irrigação e fertirrigação. Foram anos de pesquisa, na tecnologia da gota, para que o deserto pudesse florescer. Com água e técnica, a terra produz. No deserto do Neguev, por exemplo, foram escavados poços artesianos com mais 500 m de profundidade. A água que irriga uma plantinha de amor perfeito em Jerusalém vem do Mar de Tiberíades (Galiléia), numa distância de 200 km. Mais de 10% da população vive nas zonas rurais, da agricultura e da agropecuária. Vivem em sistema de Moshav (cooperativas), onde cada família faz a terra produzir, graças ao bom funcionamento destas cooperativas (abastecimento, comercialização, serviços sociais). Israel conta com cerca de 450 instalações em forma de cooperativa. Outro tipo de agricultura em destaque é desenvolvido nos Kibutz, onde todos vivem em sistema coletivo. São 265 destes kibutz espalhados em todo o país. Como produção em destaque: trigo, hortaliças (pepino, beringela, etc), frutas (laranja, banana, melancia, melão, pêssego, manga), pistacchio, batata-inglesa… Ligado à agricultura vem a produção de leite. Uma vaca de Israel produz cerca de 60 litros por dia. A ração diária é controlada por computador. Por falta de terreno para pastagens, estas vacas vivem confinadas.

5. População e Religião

            O país conta com cerca de 7 milhões de habitantes, das mais variadas raças, em sua maioria, árabes e hebreus. As cidades de maior população são: Tel Aviv (cerca de 1 milhão), Jerusalém (600 mil), Haifa (250 mil), Bersheva (100 mil).
            As três grandes religiões monoteístas que convivem em Israel são: Judaísmo, Islamismo e Cristianismo.
            1) O Judaísmo, com mais de cinco mil anos de história, vive os seus princípios religiosos a partir da Toráh (Pentateuco). Aceitam apenas o Antigo Testamento. Vivem da tradição rabínica, com três tendências fundamentais: a ortodoxa, com estreita adesão à Toráh, contida na tradição escrita e oral; os mesorati, que aderem à Halaká, com adaptação constante da religião às exigências da vida moderna, e os progressistas, também denominados de reformistas, que defendem o progresso e a liberdade individual, a ponto de o indivíduo poder estabelecer o próprio comportamento religioso. Este terceiro grupo também tem como base a Halaká. Como princípio geral, observam o sábado (Shabát) e rezam na sinagoga.
            2) O Islamismo, que se formou com Maomé no século VII d.C. São denominados muçulmanos, com as suas diversas seitas, tais como exemplo, os chiitas. Alguns são fundamentalistas, outros vivem moderadamente. Todo bom muçulmano deve crer no Deus Alah, em Maomé como único profeta, fazer cinco orações por dia, proclamadas no muezim, dar esmolas aos pobres, fazer jejum durante o mês de Ramadan, e ir ao menos uma vez na vida, em peregrinação, à Meca. Observam a Sexta-feira com o dia de descanso e de orações intensivas nas mesquitas.
            3) O Cristianismo sobrevive no meio dos judeus e muçulmanos. É uma minoria, presente na Terra Santa, sobretudo ao redor dos lugares santos. Dividem os espaços nos vários santuários e escolas, de acordo com os ritos professados. Por isso, quando se fala em cristão, se deve distinguir entre:
            a) Cristãos católicos: são de rito latino e de rito oriental (alexandrino, antioqueno, armênio, caldeu e bizantino). As 21 Igrejas católicas orientais (sui iuris) somam cerca de 15 milhões de fiéis presentes no mundo inteiro, sobretudo no Oriente Médio;    
            b) Cristãos ortodoxos: gregos, armênios, coptos, etíopes, sírios. São cerca de 150 milhões de fiéis.
c) Cristãos protestantes: luteranos e anglicanos. Os novos movimentos religiosos são uma minoria insignificante.
É importante notar que atualmente na Terra Santa, numa população de cerca de sete milhões de habitantes, os cristãos (todos incluídos) representam apenas 1,8% desta população.

Frei Ivo (Comissário)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vamos juntos a Jerusalém: um pouco da História da Terra Santa

As ruínas de Jerusalém, com seus mais de 3000 anos de história, são um testemunho vivo de que as gerações passam, mas as pedras, mesmo não falando, continuam para nos contar a sua história. Diante desta panorâmica, façamos juntos uma retrospectiva histórica, ou seja, uma caminhada ao passado para entender o presente dos lugares santos. A nossa breve abordagem seguirá os seguintes pontos:

1. Da conquista da Terra Prometida ao Império romano

Os israelitas conquistaram a Terra Prometida pelo ano 1200 a.C. Chegaram pela margem ocidental da Jordânia, atravessando o Rio Jordão e conquistando Jericó, cidade habitada por outros povos. Este povo conquistou a terra e fortificou as suas tribos. No ano 1000 a.C., houve a unificação do reinado de Davi, com a sua capital em Jerusalém. Este reino durou até 587 a.C., quando os israelitas foram deportados para a Babilônia, no exílio, pelo rei Nabucodonosor. A cidade foi destruída pelos Babilônicos. Em 538 a.C. os israelitas foram libertados pelos Persas e iniciaram a reconstrução do Templo. Jerusalém passa a ser governada pelos sacerdotes. Em 334 a.C., com a conquista de Alexandre Magno, Jerusalém passa por um processo de helenização. Os gregos permaneceram nesta terra até 63 a.C., com a conquista do Império romano.

2. Do Império Romano à Conquista Turca

Os exércitos de Pompeu invadiram a Terra Santa em 63 a.C. Herodes, o grande, reconstrói o Templo. Nasce Jesus em Belém da Judéia. Em 70 d.C., na revolta dos romanos contra os judeus, os romanos destruíram o Templo. Em 300, com a vinda do Imperador Constantino – o Iluminado, o cristianismo renova as suas forças e passa a ser a religião oficial do Império. Constantino manda construir as grandes basílicas da Natividade (Belém), Santo Sepulcro e Pai Nosso (Monte das Oliveiras). Em 614 os Persas arrasam tudo na tentativa de apagar a memória dos lugares santos. Em 637, com a conquista dos muçulmanos, Jerusalém passa a ser a terceira cidade mais importante do Islamismo, depois de Meca e Medina. Quando os Cruzados conquistaram a Terra Santa 1099, para devolver os lugares santos à humanidade, Jerusalém estava sob o domínio dos Turcos, que permaneceram na Terra Santa até 1291, quando os Mamelucos começaram o seu domínio sobre os lugares santos. Os muros atuais da Cidade Santa foram construídos pelos turcos Otomanos, em 1530.

3. Da Conquista Turca ao Período Franciscano

Não obstante a presença dos turcos na Terra Santa, o começo da era franciscana se deu em 1219 com a vinda de S. Francisco de Assis à  Terra Santa. Depois de visitar Damieta (Egito) e dialogar com o Sultão, Francisco chegou em Acre (norte de Israel) e ali fundou uma pequena comunidade de frades menores. É importante notar que o Bispo da época era Giacomo da Vitry, amigo de Francisco de um encontro em Perúsia, dois anos antes. Fundaram então o convento de S. João do Acre. A presença dos frades na Terra Santa, apesar de precária, continuou até 1333, quando o rei de Nápoles, Roberto d’Angiò e a rainha Sancha di Mallorca compraram o Cenáculo, dos turcos no Monte Sión e presentearam este lugar aos frades menores. Com as bulas papais Gratias agimus e Nuper carissimae, o Papa Clemente VI confiou aos frades menores a custódia dos lugares santos em 1342. Assim, nasce oficialmente a Custódia da Terra Santa. Em 1347, os frades iniciaram a custódia da Basílica da Natividade (Belém), e em 1485 a custódia de S. João Batista (Ein Karem). Em 1523, com a conquista dos Turcos na Palestina, o Cenáculo, como sede da Custódia, foi transformado em mesquita e os frades foram obrigados a abandonar o convento. Em 1551, instalaram-se no Convento de S. Salvador (atual sede custodial). A partir deste ano, começaram a custódia em quase todos os lugares santos, conforme cronologia que segue:
  • 1630: Anunciação (Nazaré);
  • 1631: Monte Tabor;
  • 1641: início das negociações sobre Caná da Galiléia. Conclui-se em 1879;
  • 1661: Jardim do Getsêmani;
  • 1679: Visitação (Ein Karem);
  • 1836: Flagelação;
  • 1867: Emaús;
  • 1880: Betfagé;
  • 1889: Dominus Flevit e Primado de Pedro (Tabga);
  • 1894: Ruínas de Cafarnaum (vide foto acima);
  • 1909: Campo dos Pastores;
  • 1936: Cenacolino (proximidades do Cenáculo, que já era dos frades);
  • 1950: Betânia (todo o complexo).
É importante lembrar que todas estas conquistas, ou compras dos lugares santos só foi possível com a ajuda dos peregrinos de todo o mundo.

4. Do Período Franciscano ao Estado de Israel

Em 1917, durante a Primeira Guerra mundial, os turcos foram rechaçados pelo general Allemby, em Meguido. A Palestina passou ao domínio dos ingleses que em 1948, abandonaram a Palestina. Sob conselho das Nações Unidas, foi criado o Estado de Israel, no dia 18 de julho de 1948. Israel permaneceu com a parte ocidental do Estado, com cerca de um terço do território, e os palestinos, anexados à Jordânia, com a parte oriental do Estado (Cisjordânia).  Em 1967, na Guerra dos Seis dias (Yon Kippur), Israel conquista as colinas de Golán (Síria), o Sinai e a Faixa de Gaza (Egito) e toda a Cisjordânia. O monte Sinai foi devolvido ao Egito em 1979, com um acordo de paz entre Israel e Egito.  No dia 09 de dezembro de 1989 começou a guerra da Entifada, como modo de rebelião dos palestinos contra os israelitas nos territórios ocupados. Esta guerra terminou em1991, no acordo de paz de Madri. Desde 1981, a capital de Israel, era em Tel Aviv, passou a ser Jerusalém.

Frei Ivo (Comissário) 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vamos juntos a Jerusalém

O dia 03 de julho p.f. será um grande domingo para a maioria do nosso grupo, que está saindo pela primeira vez do país. Sairemos de várias partes do nosso imenso Brasil, com destino à Terra Santa (Israel e Palestina) e Lugares Franciscanos (Assis e Roma). O grupo é organizado pelo Comissariado da Terra Santa, tendo à frente o seu Comissário, Frei Ivo Müller, que contará com a orientação espiritual de seus confrades: Frei Jhônatha Gerber e Frei João Fernandes Reinert. Teremos a grata companhia das seguintes peregrinas e peregrinos: Antonio Arten, Sibila Arten, Maria Araci, Stela Maris Demarchi, Regina C. Demarchi, Márcia C. Demarchi,  Marta e Fabio Gobbi, Maria José Gomes e Ari Alves, Raimundo e Ivone Carvalhal, Estácio P. Filho e Rita de Cássia,  Estácio Siemann e Letícia C. Radim, Arduino Radin e Leda Terezinha, Lourdes Gomes e Zilma A. Censi,  Neuza e José Costa, Eliane Moraes e Osdy Moraes, Terezinha Pickler e Nilton Pickler, Tania Pires e Adelino Pires, Accácio e Maria Inês Cambi, Cleuza Reinert e Salésio Assunção, Maria H. Machado e Madeleine, Alzira B. Oliveira e Maria Angela A. Luz, Edite Gerber Senem e Lúcia Regina, Ana Cleide Couto e Eduardo, Frei Alvaci  Mendes da Luz e Frei Fábio Cesar Gomes, João B. Mezzomo, Ioni Valnir Gerber e Inês Bissoli, Zilene Sales, Lúcia Regina, Isabel Cristina, Pedro Correa (só Itália) e Aparecida Borges (só Itália).

O nosso itinerário começa no aeroporto internacional de Guarulhos (São Paulo), no dia 03 de julho, viajando com Alitália, até Tel Aviv, com uma conexão em Roma. No dia 04, chegaremos em Tiberíades, hospedando-nos no Hotel Casa Nova, a dois passos do lindo lago da Galiléia. Dia 05, após café da manhã, visita a Caná da Galiléia (Renovação das Promessas Matrimoniais), Nazaré: visita à Fonte da Virgem, Basílica da Anunciação, Carpintaria de São José. Almoço num restaurante local. Em seguida, saída para subirmos de táxi ao Monte Tabor e visitar a Basílica da Transfiguração. Retorno a Tiberíades, jantar e pernoite. Dia 06, subiremos ao Monte das Bem-Aventuranças, local do sermão da montanha. A seguir, visitaremos, Tabga (local da multiplicação dos pães e peixes). Renovação das Promessas do Batismo (Rio Jordão). Almoço (Peixe de São Pedro) e visita ao Kibutz de Ein Gev. Na parte da tarde, faremos a travessia do Mar da Galiléia (se as condições climáticas permitirem) e a visita a Cafarnaum, cidade de Pedro, onde se encontram as escavações da antiga Sinagoga e a antiga casa de Pedro.. Retorno a Tiberíades, jantar e pernoite.  Dia 07, após café da manhã, saída para Haifa, onde visitaremos o monastério Carmelita de Stella Maris (Estrela do Mar), em homenagem a Nossa Senhora do Monte Carmelo. Depois do almoço, vista panorâmica da cidade e Baía de Haifa, do alto do Monte Carmelo, onde aconteceu a luta do profeta Elias e visita a gruta. Descida a pé pelos Jardins do Templo de Bahai. A seguir, a Cesaréia Marítima, antiga capital do Império Romano (Aqueduto de Herodes, Cidade Cruzada e Bizantina, Teatro Romano). Viagem para Jerusalém e chegada na Cidade Santa. Jantar e pernoite na Casa Nova de Jerusalém. Dia 08, saída logo cedo para Belém, cidade do nascimento de Jesus, com visita ao Campo dos Pastores. A seguir, visitaremos a igreja e a gruta da Natividade, Gruta de São Jerônimo, Basílica de Santa Catarina.  Almoço na Casa Nova de Belém. Na parte da tarde, visitaremos a Gruta do Leite. A seguir, iremos a Ein Karem para visitar o local do nascimento de São João Batista e a Igreja da Visitação. Dia 09, subiremos o Monte das Oliveiras, onde visitaremos a Capela de Betfagé, Ascensão, a Igreja do Pai Nosso. Vista panorâmica da cidade e descida a pé pelo caminho do Domingo de Ramos para visitar a Igreja de Dominus Flevit. Almoço na Casa Nova. À tarde, visita à Igreja do Gallicantu (local da prisão de Jesus e sua condenação). Dando sequência, iremos ao Horto das Oliveiras, local onde se encontra a Basílica das Nações, a Gruta da Traição e o Túmulo de Maria. Dia 10, após café da manhã, saída para Betânia, onde celebraremos a missa no local e visitaremos também a Tumba de Lázaro. A seguir, iremos para Jericó, passando pelo Bom Samaritano, Estrada Romana e visita panorâmica a Jericó, uma das cidades mais antiga do mundo. Vista do monte da Quarentena. Em seguida, saída para Qumran, local onde viviam os Essênios e que deixaram em seus pergaminhos as cópias mais antigas dos textos da Bíblia (os famosos manuscritos). Na parte da tarde, banho no Mar Morto (En Gedi). Dia 11, Missa bem cedo no Santo Sepulcro. Depois do café, Cardo Máximo, Muro das Lamentações, Esplanada do Templo, Mesquitas de Omar e Al Aqsa. Almoço na Casa Nova. À tarde, Piscina Probática, a Igreja de Sant’Ana, Capela da Flagelação. A seguir, passaremos a pé pelas 14 estações. Dia 12, saída para o Monte Sião, visita ao Cenáculo (local da última Ceia de Jesus). Visita à Basílica da Dormição. Almoço na Casa Nova. Na parte da tarde, encontro com o Custódio da Terra Santa e restante do dia, livre para compras. Após o jantar na Casa Nova, Jerusalém by night. Dia 13, após café da manhã, visita a Jaffa (São Pedro) e visita panorâmica a Tel Aviv, com possibilidade de banho no Mar Mediterrâneo. Dia 14, avaliação da Peregrinação e, em horário marcado, saída para o aeroporto de Tel Aviv, embarque com destino a Roma. Jantar e pernoite em Roma. Dia 15, após o café da manhã, visita à Basílica de Santa Maria Maior, Coliseu e Basílica do Latrão. Na parte da tarde, visita ao Vaticano. Depois da janta, Roma by night e pernoite no hotel. Dia 16, logo cedo, saída para Assis. Em Assis, visitaremos São Damião e a Basílica de Santa Clara. Após o almoço, visita ao centro histórico e Basílica de São Francisco. A seguir, visita à Porciúncula e viagem de retorno a Roma. Dia 17, livre até a ida para o aeroporto de Roma. Embarque para São Paulo. Chegada ao aeroporto internacional de São Paulo no dia seguinte e conexões.

Caro internauta, você está convidado a nos acompanhar nesta peregrinação de nossos sonhos, onde faremos a partir de hoje uma série de reportagens com detalhes históricos, geográficos e arqueológicos, bem como as celebrações nos lugares santos e franciscanos, sem contar as emoções de lindas fotos, que publicaremos quase que diariamente!

Frei Ivo Müller, OFM (Comissário)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Andrea Bocelli canta na festa de Santo Antônio


Jerusalém, 13 de junho de 2011

No mês de maio, durante as celebrações marianas, é comum encontrar pequenas “Madonne” de dois, três, quatro anos, vestidas de azul e branco. Um hábito dos cristãos de Jerusalém, que confiam à Virgem as próprias crianças no mês a ela dedicado.

No dia da festa de Santo Antônio de Pádua, segunda-feira,  13 de junho, foram os meninos que vestiram os panos franciscanos do patrono da Custódia, o hábito marrom e o cordão. Eram muitas crianças que, na igreja de São Salvador, estavam reunidas aos frades e a comunidade local para a Missa Solene presidida pelo Padre Custódio Frei Pierbattista Pizzaballa, juntamente com os representantes do Patriarcado Latino, das outras igrejas de Jerusalém e do consulado italiano.


Entre os bancos havia também um hóspede realmente particular, que aceitou emprestar a própria voz nesta festa. Juntando-se ao coro do Magnificat, durante a comunhão, Andrea Bocelli, presenteou a todos com uma execução do Panis Angelicus. Ao final da missa, o cantor – seguramente o mais conhecido entre os italianos no panorama mundial – ainda cantou a Ave Maria de Schubert. Bocelli, em seguida, encontrou o padre Custódio para um breve colóquio particular e fez-se presente no almoço oferecido pelos franciscanos no refeitório do convento. 

A festa para o Santo, que foi denominado patrono e Protetor especial da Custódia por Bento XV em 1920, continuou à tarde com o ofício das vésperas presidida pelo vigário da Custódia, Frei Artemio Vítores.

Texto de Serena Picariello
Tradução: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://www.custodia.org/default.asp?id=4&id_n=10244

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Solenidade da Ascensão


Jerusalém, 1-2 de Junho de 2011

A Ascensão é o último passo da vida terrena de Jesus. O último passo colocado sobre uma pedra que a tradição localiza um pouco fora de Jerusalém, em uma zona hoje habitada predominantemente por mulçumanos. A própria edícula, uma pequena construção circular onde se faz a memória daquele momento, é de propriedade mulçumana. Transformada em mesquita nos tempos de Saladino, estava antigamente a céu aberto, enquanto hoje está coberta por uma cúpula.

Somente na Solenidade da Ascensão os cristãos têm a permissão de celebrar aqui os ofícios e missas. Neste ano, os franciscanos se alternaram com os Gregos Ortodoxos, Armenos, Coptas, Etíopes, Sírios: como na páscoa, também a festa que recorda a subida do Salvador ao Céu acontece na mesma data para todas as expressões cristãs presentes em Jerusalém. Segundo as regras do status quo, as celebrações devem acontecer com horários precisos, tanto na vigília de quarta e depois na solenidade festejada na quinta-feira, dia 2.

Os frades da Custódia foram os primeiros a entrar no recinto, quarta-feira à tarde. A presidência dos ofícios e a Vigília ficou a encargo do padre Artemio Vitores, vigário da custódia, enquanto o Delegado Apostólico, Monsenhor Antonio Franco, ficou com a presidência da primeira das muitas missas que aconteceram – em diversas línguas – por toda  a noite. Às 5h30 da quinta-feira, novamente o Vigário presidiu a Missa Solene da Ascensão. Padre Artemio, na sua homilia, chamou a atenção para a necessidade de refazer o caminho de Cristo, um caminho que se concretizou em lugares precisos: Belém, Nazaré, Jerusalém e, finalmente, até a pedra do seu último passo.

“No momento da partida – prosseguiu – sobretudo quando se vai uma pessoa conhecida e amada, há sempre tristeza. O grande convite de Jesus, ao invés, é para a alegria, para a esperança, para prosseguir neste caminho com Ele, que a cada dia se faz presença nas mãos do sacerdote, através da Eucaristia. Junto com Maria e os apóstolos, também nós somos chamados a testemunhar, alegres, esta Presença”.

Testo di Serena Picariello
Fonte: http://www.custodia.org/default.asp?id=784&id_n=9353

Tradução: Frei Diego Atalino de Melo

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ain Karen – Solenidade da Visitação de Nossa Senhora.

Jerusalém, 31 de maio de 2011
Ain Karen, poucos quilômetros a oeste de Jerusalém, encontra-se o vilarejo no qual a tradição situa a casa de Zacarias e de sua esposa Isabel. Aqui nasceu João Batista, aqui Maria – depois do anúncio do Anjo – foi ao encontro de sua prima também esperando um filho e magnificou o Senhor: “Grandes coisas fez em mim o Onipotente e Santo é seu nome”.
As palavras do “Magnifcat” – traduzidas em várias línguas – cobrem o muro que circunda o Santuário da Visitação, construído em 1930 e projetado pelo arquiteto Antonio Barluzzi. Sobre este mesmo lugar, havia uma capela do período bizantino dedicada ao Batista que escapou ao massacre dos Inocentes. É ainda guardada, na atual cripta que constitui o nível inferior do santuário, a pedra onde – segundo uma narrativa do evangelho apócrifo de S. Tiago – o pequeno São João foi escondido e salvo por um anjo. Depois da devastação que seguiu logo a conquista árabe, na época dos cruzados se providenciou a reconstrução da capela, transformando-a em cripta e edificando acima dela uma grande basílica. A área novamente devastada e abandonada foi resgatada pelos franciscanos no ano de 1679.
Aqui, na manhã do dia 31 de maio, o Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, presidiu a Missa Solene, que celebra o encontro de Maria com sua prima Santa Isabel. “Esta nossa vida é habitada pela salvação – recordou o Custódio na homilia – porque o senhor Deus simplesmente escolheu habitar entre nós, em nós. Isabel e Maria são mulheres que perceberam e reconheceram esta graça uma na outra. Reconheceram que a própria história foi objeto de atenção da parte de Deus, que Deus guardou e doou a vida onde era impossível que a vida nascesse. O Evangelho também é este perceber que a presença de Deus na vida do homem não pode acontecer fora de uma relação humana, porque temos necessidade do outro para reconhecermos a Deus.
Durante a celebração, foram concedidos aos frades estudantes os ministérios de Leitorato e Acolitato. Os primeiros receberam o livro das Sagradas Escrituras, e aos outros, que prestarão o serviço ao altar, foi dado um cálice.

Texto de Serena Picariello.
Tradução fr. Jean Ajluni, ofm.