quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

É ainda Natal


Também neste ano, apesar do clima sombrio pela grave e pesada situação social e política que envolve todo mundo, as comunidades cristãs de Belém se aprestaram em celebrar o Santo Natal. Sob o signo da esperança, no coração da Terra Santa, iniciou a longa noite que se manteve viva com a promessa mantida de Sua vinda: Seu Natal e nosso Natal.

Seguindo os complicados ritos do lugar, a Missa da meia-noite, tão esperada e, há muito tempo, prevista pelos fiéis daqui e pelos peregrinos vindos de todas as partes do mundo, foi celebrada na Igreja de Santa Caterina, totalmnete tomada por pessoas da Terra Santa ou peregrinos, foi presidida pelo Patriarca Fouad Twal, concelebrada pelos Bispos, e por mais de cento e cinquenta sacerdotes diocesanos e franciscanos, peregrinos ou em serviço na Terra Santa.
O nascimento dessa criança é, aparentemente muito insignificante. Por não ter havido hospedagem, a criança nasceu “ao longo do caminho”, num lugar improvisado. Assim se manifesta, mais uma vez, e de forma atual, humana, humilde e escondida, a fim de realizar Seu projeto de nossa salvação. Desde então, e exatamente em Belém, a história humana mudou totalmente.
Se soubermos correr como os pastores, seguindo a luz que conduz a esse tesouro, escondido nas faixas do recém-nascido, a fim de descobrir a criança e contemplá-la, admirados e confiantes como os pastores, poderemos viver cada dia nosso Natal.

Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=22438

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Festa de Santa Catarina em Belém

Belém, Basílica da Natividade – Igreja de Santa Catarina, 24-25 de novembro de 2012


Os dias da semana, antes do início do Advento, foram especiais, como a cada ano, por causa da entrada solene do Custódio da Terra Santa em Belém, na festa de Santa Catarina, padroeira da Paróquia franciscana.
A tradicional festa começou na manhã de sábado, no divã do Convento San Salvatore, em Jerusalém. O momento, cada ano ansiosamente esperado, do encontro convival entre o Mukhtar, Sr. Yacob Amer, acompanhado por outros paroquianos, e o Custódio da Terra Santa, Fr. Piebattista Pizzaballa, o Vice Custódio, Fr. Artêmio Vítores, e o Pároco de San Salvatore, Fr. Feras Hejazin.
Terminado o encontro, um cortejo de carros, escoltado pela polícia de Israel, se pôs a caminho de Belém, partindo da Porta Nova.
A primeira parada aconteceu no Convento de Santo Elias, “Mar Elias”. No antigo mosteiro bizantino, recorda-se o descanso do profeta Elias, durante sua viagem ao Monte Horeb, partindo do Monte Carmelo, a fim de fugir da ira da rainha Jezabel (1Rs 19,4-8).
Aqui, termina a jurisdição da Paróquia de Jerusalém e se entra na de Beit Jala (Palestina).
O Custódio foi acolhido com alegria pelo Pároco, Fr. Ibrahim Shomali, pelas autoridades civis de Israel e por toda a comunidade cristã de Beit Jala.
Após troca de saudações, novo grupo de carros uniu-se ao cortejo. Só três vezes por ano, aos veículos, vindos dos territórios sob controle da Autoridade Nacional Palestina, é permitido cruzar os confins do Estado de Israel, superando o muro de separação.
Apenas ultrapassado o túmulo de Raquel, a escolta militar de Israel deixou seu posto à polícia palestina, que escoltou o Padre Custódio até a Praça da Manjedoura, em Belém.
Na praça, muitos estudantes das escolas da Terra Santa e do Instituto S. José, escoteiros em seus uniformes coloridos, autoridades locais, junto à nova Prefeito de Belém, Sra. Vera Baboun, esperavam a chegada do Custódio. No espaço ante do ingresso da basílica, Fr. Artêmio Vítores, Vice-Custódio, Fr. Stéphane Milovitch, Guardião do Convento Santa Catarina, seminaristas da Custódia e paroquianos acolheram o Custódio.
Terminada a saudação por parte dos franciscanos, dos representantes das Igrejas ortodoxas e das autoridades civis, o Custódio entrou solenemente na igreja de Santa Catarina, atravessando a Basílica da Natividade, apinhada de fiéis locais e peregrinos.
O rito iniciou com o beijo da Cruz, ao ingressar na igreja. Enquanto o Te Deum era cantado, o Custódio dirigiu-se ao altar-mor. Após as boas-vindas, dadas pelo Pároco Fr. Marwan De'ides, o Custódio agradeceu a todos os presentes e presenteou a nova Prefeito de Belém uma Bíblia, um terço e um crucifixo. A Sra. Baboun agradeceu ao Custódio, sublinhando que sua missão, mesmo sendo difícil, será iluminada pela luz da Palavra.
No fim da celebração, o Custódio, deu a todos os presentes a solene bênção.
Um momento de cordial troca de votos, no claustro da igreja, concluiu a cerimônia, em surdina, foi manifestada leve sinal de solidariedade para com as famílias das vítimas de Gaza.
Após o meio-dia, o Padre Custódio presidiu a celebração das primeiras Vésperas, com procissão à Gruta da Natividade.
No domingo, dia 25 de novembro, Festa de Cristo Rei, a celebração da Santa Missa, na igreja de Santa Catarina, foi presidida solenemente pelo Padre Custódio.
Desde 1347, os franciscanos moram em Belém, em seu convento ao lado da Basílica da Natividade. A igreja, dedicada à Mártir Santa Catarina, foi construída no século doze, sendo mais tarde ampliada e modificada.
Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=22171

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Patriarca Kirill pela primeira vez na Terra Santa


Na sexta-feira, dia 9 de novembro, na Porta de Jafa, em Jerusalém, os representantes das Igrejas locais acolheram Sua Beatitude Kirill, Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, pela primeira vez em visita oficial à Terra Santa, após sua eleição ao vértice da Igreja Russa, em 2009.
O cortejo, guiado pelos Quawas, seguiu até o Patriarcado Ortodoxo, para o encontro com o Patriarca Teófilo III. Depois, a procissão percorreu as ruelas da Cidade Velha, dirigindo-se ao Santo Sepulcro, para o ingresso solene. Fr. Fergus Clarke, Guardião do Santo Sepulcro, juntamente com muitos frades da Custódia, recebeu o Patriarca russo. Diante da Basílica, centenas de fiéis locais e peregrinos, vindos de países orientais, esperavam o Patriarca Kirill com velas acesas. Televisões e emissoras de rádio transmitiram o solene evento.
“O acontecimento principal da visita – informou o Patriarcado de Moscou – será a peregrinação do primaz da Igreja russa aos Lugares mais sagrados do mundo cristão.”
O programa do Patriarca Kirill é intenso: concelebração com o Patriarca Teófilo III, na Basílica do Santo Sepulcro, e o percurso da Via Dolorosa. Seguem-se as visitas a Belém, Nazaré, Getsêmani, Monte Tabor, Tiberíade e a outros lugares ligados à vida de Jesus.
O Patriarca russo consagrará a Catedral no Convento Gorny e benzerá solenemente as águas do Jordão, no lugar do Batismo de Jesus.
Estão no programa também os encontros com os representantes do Governo de Israel, da Autoridade palestina e do Reino da Jordânia. Evento cultural de particular interesse é a apresentação de seu livro “Liberdade e Responsabilidade”, publicado em língua hebraica. Momento comemorativo é a visita ao complexo “Yad Vashem”.
“A visita do Patriarca Kirill – sempre segundo o informe do Patriarcado russo – serve de reforço dos laços fraternos que, há séculos, unem Jerusalém e a Igreja ortodoxa russa”
Em 2009, o Patriarca Kirill visitou a Igreja de Istambul e, nos anos seguintes, fez a visita oficial à Igrejas de Alexandria, Antioquia, Bulgária, Chipre e Polônia.
Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=22109&Pagina=1

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria

10/09/12:
No dia 08 de setem bro, na Basílica de Sant’Ana, em Jerusalém, foi celebrada a festa da Natividade de Maria. Na bela igreja, construída pelos Cruzados, junto à piscina Bethesda, atuatmente aos cuidados dos Padres Brancos, a missa solene foi presidida por Fr. Stéphane Milovitch, Guardião da Basílica da Natividade de Belém, concelebrada por Fr. Artêmio Vítores, Vice-Custódio e por Pe. Russel Bill, Superior dos Padres Missionários da África, conhecidos como Padres Brancos. Da celebração participaram inúmeros frades, sacerdotes, irmãs, fiéis locais e peregrinos na Terra Santa, e o Cônsul geral da França, Sig Frédéric Desagnaus.
Em sua homilia, Fr. Stéphane recordou que a festa foi introduzida pelo Papa Sérgio I (séc. VII, seguindo a tradição da Igreja oriental. A natividade da Virgem está estreitamente ligada à vinda do Messias, qual promessa, preparação e fruto da salvação. Aurora que precede o Sol de Justiça, Maria anuncia a todos a alegria do Salvador. Fr. Stéphane sublinhou a importância da festa, em Jerusalém, berço das três religiões monoteistas e sobre o papel unificador que Maria exerce não só sobre cristãos, mas também sobre hebreus e muçulmanos. Antes da missa, o celebrante desceu à cripta da Basílica, para incensar o ícone da Natividade de Maria. Segundo a tradição, neste lugar se achava a casa de Joaquim e Ana, pais de Maria.

Origens da festa
A fonte mais antiga, tida como confiável pela Igreja, que ilustra o natal e a infância de Maria, é o “Protoevangelho” de Tiago, do séc. II, d.C. Nesse texto narram-se momentos da vida de Maria: o matrimônio dos pais, Joaquim e Ana, da tribo de Judá e estirpe de Acar, a concepção após vinte anos de um matrimônio sem filhos, o nascimento e a apresentção no Templo. Fatos inseridos no quadro histórico de Jerusalém: a sorte da casa em que nasceu Maria está ligada à de Jerusalém, com perseguições, destruição do Templo, transformação em lugar de culto pagão, afastamento dos judeus, etc. Uma vez concedida liberdade de culto aos cristãos, deve-se a Helena, mãe do imperador Constantino, a “descoberta” de lugares santos, em Jerusalém, na primeira metade do século IV. As modernas pesquisas arqueológicas possibilitaram reencontrar, entre construções e ruínas de um oratório, o lugar em que a tradição indica a casa natal de Maria. Após o Concilio de Éfeso (431), que proclamou Maria “Mãe de Deus”, floresceram as festas marianas no calendário litúrgico, entre elas: Natividade, Apresentação no Templo, Anunciação e Dormição de Maria.
A data 08 de setembro, para festejar a Natividade de Maria, já existia em Jerusalém, na metade do século V, no tempo do Patriarca João e da Imperatriz Eudósia, quando foi inaugurada a Basílica de Santa Maria, edificada sobre o lugar da casa natal de Maria. De Jerusalém, a festa da Natividade passou a Costantinopola. O mais antigo documento é um hino do diácono Romano, o Melodioso, composto antes de 548. O Diácono subia no ambão e cantava o proêmio e a estrofe, fazendo que o povo repetisse o refrão final: “É a Mãe de Deus, nutriz de nossa vida”. O texto é ainda parcialmente em uso no ofício da Festa, na igreja bizantina, que se baseia naquela em uso no século IX. Há uma pré-festa e quatro dias de pós-festa, encerrando-se no dia 13 de setembro.

Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=21627

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Notícias da Terra Santa, quentes!

Veja o vídeo das últimas notícias, sobretudo as barbaridades cometidas pelos que querem esmagar os cristãos, presentes na Terra Santa: http://www.youtube.com/watch?v=2afTcwhE1SY&feature=bf_next&list=UUS5ARXxSceFKiBYrED_sQXw

sábado, 1 de setembro de 2012

Condenação e Esperança

22/08/2012: O Patriarca Latino de Jerusalém, S. B. Fuad Twal, o Custódio da Terra Santa, Fr.Piebattista Pizzaballa, S. E. Mons William Shomali, alguns Frades franciscanos e sacerdotes dirigiram-se ao lugar do Projeto habitacional de Beit Faji (Betfagé), área de Jerusalém, em companhia da Comissão desse projeto, como gesto de solidariedade, e condenação do violento ataque de jovens da região, que causaram danos a casas, carros, e ferindo pessoas.Isso aconteceu, na segunda-feira, à tarde. Após constatar a dor e a amargura das famílias que residem nesse complexo, o Patriarca e o Custódio condenaram fortemente esses fatos, convidando os moradores a manterem a calma, assumindo iniciativas em busca de resolver o fenômeno: “Aqui, vivemos juntos, trabalhamos juntos…” afirmaram aos presentes. Esse projeto imobiliário, realizado pela Custódia da Terra Santa para ajudar as famílias cristãs de Jerusalém, começou há dois anos. Foi dirigido um apelo a todos os chefes religiosos para que intervenham e transformem esse episódio em momento de reconciliação e convivência pacífica entre as partes envolvidas. Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=21538

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Coleta da Terra Santa


Rio de Janeiro, 06 de abril de 2012.

Estimadas(os) Internautas 

Paz e Bem!

 Estamos celebrando hoje a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certamente, muitos de vocês participarão da Procissão do Cristo Morto, da leitura da Paixão e do Beijo da Cruz. Naquele momento em que estais beijando a Cruz, não esqueçais dos cristãos que vivem no local onde isto aconteceu e se tornou notícia no mundo todo, a Terra Santa! Lá, vivem cristãos católicos e ortodoxos, como testemunhas vivas da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Porém, tais cristãos sofrem, pela falta de condições de vida, de trabalho, pela pressão das demais Religiões. Também os Frades Franciscanos, como guardiães dos Lugares Santos, não conseguem se manter, a não ser com a ajuda das Coletas da Terra Santa e dos peregrinos que por lá deixam sua contribuição!
Diante disso, vimos humildemente pedir a tua contribuição para manter os Lugares Santos. Se tu colocares a oferta no momento do beijo da Cruz, tal oferta será destinada, através das Paróquias e Dioceses, até nós, que enviaremos fielmente este dinheiro para os Lugares Santos. E se tu não colocares a tua generosidade naquele instante, poderás fazê-lo em outro momento, depositando a tua valiosa contribuição na conta abaixo:

Obra Pia da Terra Santa
Bco. Bradesco – Ag. 3403-7 (Petrópolis)
Conta corrente n° 11174-0

NB: Se você precisar de recibo, nos envie o comprovante do depósito, via e-mail para: pimuller@hotmail.com ou via Fax: (21) 2262-3772,  para que possamos prestar conta da tua generosidade. Se nos enviarem o CNPJ, vos enviaremos também o recibo.

Em nome da Equipe do nosso Comissariado, e das pedras vivas que vivem na Terra Santa, desejo-te uma Abençoada Páscoa, com sinais de Ressurreição a ti e a todos os familiares, amigos pessoais ou amigos virtuais das redes sociais,


Frei Ivo Müller, OFM
Comissário da Terra Santa

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Emergência Síria: apelo do Custódio da Terra Santa

Custódio da Terra Santa_Fra Pierbattista Pizzaballa

16 fevereiro 2012
Após as mudanças ocorridas no Egito, a situação na qual se encontra a Síria, mostra de maneira inequívoca a transformação que está ocorrendo no panorama do Oriente Médio. Até um ano atrás era impossível prever cenário semelhante.

Nestes meses de grande tensão, quando a Síria é dilacerada por conflitos internos e a situação parece cada vez mais assumir características de guerra civil, os franciscanos, juntamente com alguns membros da Igreja Latina, estão empenhados em socorrer as necessidades da população crista local.

A Custódia está presente em diversas zonas do País: Damasco, Aleppo, Latakia, Oronte.

Os dispensários médicos dos conventos franciscanos, segundo a tradição da Custódia, transformam-se em lugares de refúgio e de acolhida para todos, sem alguma diferença entre as etnias dos Alauítas, Sunitas, Cristãos ou rebeldes e forças governamentais.

Num momento de total confusão e desanimo, muitas empresas, especialmente de importação e exportação fecharam suas portas. Dos milhares de turistas, que alimentavam uma moderna e florescente indústria, que ofereciam centenas de postos de trabalho no setor dos transportes, hotelaria, serviços, não existe mais nenhum sinal.

Os produtores agrícolas estão em graves dificuldades. O embargo internacional impede qualquer possibilidade de exportação e os preços despencaram. As faixas mais pobres da população foram atingidos de maneira impiedosa e sofrem coma a falta de energia elétrica e de água. Nas grandes cidades a energia elétrica falta por diversas horas do dia. A gasolina é racionada. Tudo isso cria enormes dificuldades à população, obrigada a enfrentar as temperaturas do inverno sem possibilidade de aquecer-se.

Estar com as pessoas, acolher e assistir quem se encontra em necessidade, sem distinção de raça, religião e nacionalidade; garantir, com confiante presença o atendimento religioso aos fiéis para que compreendam a importância de permanecerem no próprio país, esta é nossa missão.

Este é o sentido da missão franciscana. Em tempos assim, não muito diferentes daqueles nos quais São Francisco se dirigia aos frades exortando-os a manter vivos os valores do Evangelho. Nas suas exortações simples, Francisco irradiava a graça recebida do Senhor e, na experiência da vida cotidiana testemunhava a acolhida da fé, como o bem maior e mais precioso a ser cultivado e revigorado. Nós frades, que nos sentimos ricos desse extraordinário exemplo, herdado sem nenhum mérito, temos o dever de partilhar e difundir o ensinamento do nosso mestre às futuras gerações , para que possamos prosseguir o caminho por ele traçado com imenso amor e humilde dedicação.

Pedimos a todos os amigos da ATS Pro Terra Sancta de apoiar, com um gesto concreto, os numerosos cristãos sírios e as obras de caridade da Custódia da Terra Santa. As ajudas conseguidas serão entregues, de imediato, aos frades que residem na Síria, que providenciarão a utilizá-las de maneira cuidadosa e transparente.

Agradeço aos que poderão difundir este apelo e os saúdo com o desejo de Paz e Bem!

Frei Pierbattista Pizzaballa, OFM
Custódio da Terra Santa


Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=19581

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Congresso Internacional dos Comissários da Terra Santa


Aconteceu em Jerusalém, Convento de São Salvador, do dia 30 janeiro a 04 de fevereiro do corrente ano, o III Congresso Internacional dos Comissários da Terra santa, que reuniu representantes de várias nações, assim distribuídas: Espanha (11), Itália (35), Canadá (01), França (02), Malta (01), Panamá (01), Bolívia (01), Croácia (04), Portugal (01), Guatemala (02), Estados Unidos (07), Suíça (01), Israel (01), Irlanda (01), Equador (01), Polônia (02), Filipinas (01), Brasil (05), México (05), Eslovênia (01), Alemanha (02), El Salvador (01), Singapura (01), Chile (02), Colômbia (01), Austrália (01), Hungria (01), Indonésia (01). A hospedagem foi acomodada na Casa Nova de Jerusalém e no Convento São Salvador. As línguas oficiais do Congresso foram o italiano, o espanhol e o inglês, que eram traduzidas simultaneamente por três tradutores. 

As finalidades deste Congresso foram norteadas pelos seguintes verbos: comunicar, compartilhar e individuar as estratégias sobre algumas problemáticas relativas à Custódia e os Comissários. A metodologia usada foi a expositiva, seguida de trabalhos em grupos. Na parte da manhã aconteciam as exposições, seguidas de questões levantadas pelos Comissários e, na parte da tarde, trabalhos em grupos linguísticos (italiano, espanhol e inglês). A plataforma do debate versou sobre as várias realidades dos Comissariados, sua relação com as Províncias e a Custódia e, sobretudo, sobre na tentativa de elaborar algumas diretrizes que possam esclarecer melhor a missão dos Comissários e sua relação com a Custódia (Vademecum).

As celebrações (missas, laudes e vésperas) aconteceram no Convento de São Salvador, Santo Sepulcro, Belém e a Via Sacra com os peregrinos, pelas ruas da cidade velha de Jerusalém.

Traduzo abaixo alguns trechos da mensagem final em italiano, deixada pelos Comissários da Terra Santa:
“Rezamos juntos nos Lugares Santos da Redenção, peregrinamos pelas ruas de Jerusalém fazendo memória da Paixão de Cristo e da sua Ressurreição. Refletimos e discutimos, durante uma semana, sobre a nossa identidade, sobre o nosso papel e nossa missão de Frades Menores a serviço da Terra Santa, sobre a dedicação no campo da comunicação e sobre a importância das relações com as dioceses e grupos eclesiais espalhados pelo mundo afora.
Compartilhamos as experiências, as dificuldades e as alegrias de quem atua em contextos tão diversificados, em diferentes ângulos do mundo, diferentes em sua história, cultura e tradições. Como humildes filhos de São Francisco, a quem devemos o nosso amor e a nossa dedicação há mais de oito século a favor da Terra Santa, nos interrogamos sobre a nossa modalidade de empenho e sobre como encarnar o Evangelho e transmitir a alegria de nossa fé a todos as pessoas que encontramos em nosso caminho.
Tendo em vista a melhor eficácia de nosso empenho, dedicamos grande parte de nossos trabalhos na redação de um Vademecum, no escopo de acompanhar a obra dos Comissários nas várias etapas do seu apostolado e no delicado compromisso do sustento material a favor da Terra Santa, na relação com as dioceses e outras realidades eclesiais.
Esta bonita experiência de encontro e partilha nos permitiu conhecer muitos leigos e colaboradores que compartilham conosco o amor pela Terra Santa, no empenho e sustento de nossas atividades. A eles, queremos externar a nossa particular gratidão.
No final desta “semana de graça”, recolhemos algumas conclusões, que miram orientar melhor a nossa missão de Frades Menores a serviço da Terra Santa:
1.    A missão dos Comissários da Terra Santa, que é parte integrante do empenho missionário da Ordem dos Frades Menores, manifesta-se no sustento da Custódia da Terra Santa. Trabalhando em comunhão com a fraternidade provincial e com as diversas realidades eclesiais do próprio país, o Comissário da Terra Santa promove o conhecimento desta Santa, como lugar para aprofundar a Palavra de Deus e a experiência de Cristo. Nos Lugares Santos, encontram-se as pedras vivas, as comunidades cristãs com suas problemáticas humanas, sociais e religiosas. Neste contexto histórico do Oriente Médio, percurso de transformações políticas que ulteriormente colocam em risco a presença cristã, queremos continuar e fazer presente a beleza e a força da tradição cristã desta Terra, à qual temos um sentido de pertença e que é parte integrante do caráter deste país;
2.  Num mundo em rápida evolução e mudanças, nos empenhamos em identificar sempre novas modalidades de dedicação e de animação a favor da Terra Santa. Dentre estas, há uma particular importância a comunicação, onde queremos nos empenhar, melhorando posteriormente todos os nossos meios e formas (revistas, TV, internet e redes sociais), capazes de falar de Cristo e da Terra Santa ao ser humano de hoje;
3.   O ano da fé, anunciado pelo Papa Bento XVI, será uma ulterior ocasião para conhecer e aproximar-se da Terra Santa. Através da promoção de peregrinações, nos dedicaremos como primeiros a testemunhar a fé, a escutar e transmitir à Igreja universal a peculiar graça dos Lugares Santos, que primeiro nos conquistou e a partir disto, queremos ser os seus alegres arautos.

Como nos lembrou o Ministro Geral em sua homilia durante a solene abertura do nosso Congresso, compete a nós, como disse João em sua primeira Carta: ‘aquilo que ouvimos, aquilo que vimos com os nossos olhos, aquilo que contemplamos e tocamos com nossas mãos’, disto todos nós, Comissários da Terra Santa, somos testemunhas e apaixonados anunciadores”.

Diga-se de passagem que também foi comunicado, durante o Congresso, que estamos iniciando a publicação da Revista Terra Santa, em português. Tal revista, que já é publicada em quatro a seis edições anuais, em italiano, espanhol, inglês, polonês e árabe, será elaborada e traduzida por alguns Comissários aqui do Brasil, com a colaboração do Comissário de Portugal, e editada pelas Edições da Terra Santa, de Milão. A parte gráfica e distribuição, será confiada à rede Canção Nova, que se apresenta como um canal de divulgação dos Lugares Santos, especialmente pela TV e peregrinações (Obra de Maria). A primeira edição está em gestação e deve sair já na Páscoa deste ano.

Pelos Comissários e Vice-comissários do Brasil,

Frei Ivo Müller, OFM






quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

"Embaixadores” da Custódia no mundo: III Congresso Internacional dos Comissários da Terra Santa

Comissários da Terra Santa

Será realizado em Jerusalém o III Congresso internacional dos Comissários da Terra Santa, dos dias 30 de janeiro a 4 de fevereiro. Um evento de relevo dentre os encontros periódicos aos quais os Comissários são chamados para o confronto, troca e atualização recíproca, segundo previsto na legislação custodial. Os Comissários são figuras preciosas, podem ser definidos como “embaixadores” da Custódia da Terra Santa e funcionam como “pontes” entre a Custódia e os territórios a eles confiados, isto é, as diversas Províncias as quais pertencem. Como representantes da Custódia no mundo, colaboram no sustento e ajuda na sua missão, empenhando-se em diversas frentes: fazer conhecer e amar a Terra Santa, organizar e animar os peregrinos, recolher benfeitorias, cuidar das vocações orientadas à Terra Santa.

Os Congressos internacionais são compromissos muito esperados e atentamente preparados, e têm como objetivo cumprir a importante tarefa de aproximar as realidades da Custódia e dos Comissários, desenvolvendo e reforçando o diálogo entre as diversas partes, procurando assim responder as respectivas expectativas. No intuito de intensificar estas relações foram instituídos alguns meses atrás, sob explícita demanda e recomendação do Congresso Internacional dos Comissários anterior, realizado em 2006, o Escritório Custodial para a Coordenação dos Comissariados da Terra Santa. Trata-se de uma competência nova na história da Custódia, que surge para servir de auxílio ao governo custodial na relação com os Comissariados e na animação dos mesmos, e que tem entre seus deveres organizar os Congressos Internacionais.

No que diz respeito à internacionalidade que constitui uma característica histórica da Custódia da Terra Santa, também o Congresso dos Comissários contará com cerca de 110 participantes vindos do mundo inteiro entre os quais o Ministro Geral da Ordem, Frei José Rodriguez Carballo, o qual estará presente enquanto durar os trabalhos, como também a Cúria Geral, a Comissão econômica, a Cúria Custodial, os vice-comissários, especialistas, colaboradores, tradutores, secretários, fotógrafos, jornalistas. Um grupo variado e complexo, no qual estarão representadas as realidades franciscanas mais diversas de línguas, culturas e tradições, unidas no serviço à Terra Santa.

O programa de trabalho do Congresso, articulado em XXI sessões de trabalho, visa a individuação, comunicação e distribuição das oportunas estratégias de intervenção no que se refere a alguns problemas urgentes relacionados à Custódia e aos Comissariados. Os temas para aprofundamento compreendem alguns temas principais, para os quais estão previstos relatórios de especialistas que se concluirão com a formação de ao menos três perguntas, para indicar as pistas de trabalho para os grupos lingüísticos que após elaborar, apresentarão suas sínteses para a apreciação e discussão na assembléia, entre outros temas secundários, tratados através de breves comunicações voltadas a informar sobre alguns setores da vida da Custódia. As línguas previstas para o desenvolvimento dos trabalhos são: italiano, inglês e espanhol. Os três temas principais que serão submetidos à atenção dos Comissários durante este congresso serão: a situação econômica da Custódia e a contribuição dos Comissários, uma reflexão a partir das situações de crise e de incerteza econômica global, motivo pelo qual também a Custódia da Terra Santa se encontra em maiores dificuldades, dado que as necessidades aumentam enquanto a ajuda e recursos tendem a diminuir; as novas estratégias de comunicação da Custódia, um tema que pretende responder as novas expectativas e as novas exigências da comunicação atual, para as quais as estratégias tradicionais não são mais suficientes e que exigem a busca de novas modalidades de comunicação, instrumentos e conteúdos que façam apreciar e amar a Terra Santa; os aspectos pastorais e práticos da animação das peregrinações, com a realização de um texto de referência, ou seja, uma guia de trabalho, um manual que ajude aos Comissários a oferecer um serviço qualificado a Terra Santa e aos peregrinos que a visitam a partir de indicações fornecidas pelo Governo da Custódia. Em particular, um esboço deste texto de referência já foi enviado aos Comissários para que possam começar a examiná-lo e será novamente apresentado na assembléia plenária durante o Congresso por Frei Giorgio Vigna, responsável pelo recém criado Escritório para a Coordenação dos Comissariados da Terra Santa. Os grupos lingüísticos conduziram então um trabalho aprofundado de revisão e de re-elaboração do esboço, que será novamente discutido e submetido à aprovação de uma comissão designada. Ao término deste processo o texto será entregue ao Discretório para posterior aprovação e enfim, será transmitido ao Ministro Geral da Ordem.
O Congresso produzirá entre outros, um documento conclusivo dos trabalhos, também submetido a uma comissão, no qual serão indicados os temas levantados como tarefa das partes envolvidas, a Custódia e os Comissariados.

Texto de Caterina Foppa Pedretti

Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=19174

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Festa do Batismo do Senhor no rio Jordão


Jericó, 8 de janeiro de 2012
Reaberto no ano passado pelas autoridades israelenses, o lugar ao longo das margens do Rio Jordão onde, desde o século V, se comemora o Batismo de Jesus, tornou a ser meta de muitos peregrinos, que agora podem visitar livremente este lugar, até os confins entre Israel e Jordânia. Aqui, na região do Deserto da Judéia, onde se estende a planície de Jericó, pouco distante da estrada para Tell es-Sultan, que hospeda a antiga Jericó e que conduz ao mosteiro greco-ortodoxo da Quarentena, as diversas confissões cristãs podem novamente celebrar as funções por ocasião da Epifania, que contempla também a liturgia do Batismo do Senhor. Também a comunidade franciscana da Custódia da Terra Santa, que por muito tempo comemorou o Batismo de Jesus na última quinta-feira do mês de outubro, como aconteceu até o ano passado, pôde finalmente organizar a tradicional peregrinação na data do dia 8 de janeiro, primeiro domingo que segue à Epifania, colocando-se de acordo com a linha do calendário litúrgico da Igreja Católica.

A comunidade franciscana, junto com o Custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, participou com grande entusiasmo deste importante compromisso, onde participaram também muitíssimos cristãos locais, provenientes não somente das zonas israelitas e palestinas de Jerusalém, Jericó e Belém, mas também da Judéia e de outras regiões distantes. A este numeroso grupo se uniram também muitos peregrinos vindos da Jordânia para esta especial ocasião. A procissão, que partiu do convento do Bom Pastor, percorreu uma parte do deserto com cantos e orações, confluindo depois com as suas centenas de participantes, com a capela e com o altar situado a poucos passos das margens do Jordão. Deste lugar, descendendo uma breve escada, se chega ao espaço até o rio, onde, entre as palmas, foi preparado por ocasião um pequeno altar e ao redor dele foram colocadas algumas cadeiras para permitir às pessoas que assistissem à celebração da Santa Missa. Muitos, porém, não encontrando lugar na zona inferior, ao redor do altar, seguiram a celebração parados sobre a rampa de escadas, ao longo do balaustre do espaço superior.

A santa Missa, celebrada na presença das autoridades civis locais, foi presidida pelo padre Custódio, ladeado pelo Cardeal Giovanni Coppa, Núncio Apostólico emérito da República Tcheca, e por muitos confrades e outros sacerdotes concelebrantes. Durante a Santa Missa se desenvolveu também a cerimônia do batismo de quatro crianças da paróquia local, que tiveram um especial privilégio de receber este fundamental sacramento através da água do Rio Jordão. Do mesmo modo, no final da celebração eucarística, muitos quiseram aproximar-se do Jordão e banhar-se nas suas águas, derramando-se simbolicamente um pouco de água sobre a cabeça, recordando o gesto penitencial realizado tantas vezes neste lugar por São João Batista que Jesus mesmo, no início do Seu ministério público, aceitou receber (Mt 3, 13-17).

A peregrinação prosseguiu com a visita ao Mosteiro Greco-ortodoxo construído sobre o Monte da Quarentena, nome que remonta à Idade Média e está ligado à recordação, que aqui se conserva desde o século IV, dos quarenta dias transcorridos por Jesus no deserto e das suas tentações que, ao final deste longo retiro, Jesus teve que enfrentar em um grande confronto com o demônio (Mt 4,1-11). O belíssimo mosteiro, escavado na rocha, justamente sobre os montes que fazem fundo de Tell es-Sultan e que domina desde o nordeste a planície de Jericó, foi edificado até o final do século XIX pelos monges ortodoxos no entorno das grutas em que viviam os anacoretas do deserto que habitaram no lugar até o século V. Percorrido o caminho de grandes degraus que conduz ao mosteiro, o grupo, juntamente com os frades franciscanos, chegaram até o alto e pararam sobre o limiar do edifício para um breve momento de oração.
Acolhidos pelos monges Greco-ortodoxos que vivem neste lugar remoto, os peregrinos puderam apreciar a porta do mosteiro e imergir, por um breve tempo, na atmosfera deste sugestivo lugar. Cada um teve a possibilidade de visitar a igreja, correspondente a uma antiga gruta, e também o pequeno santuário ao qual se pode chegar subindo alguns degraus. Aqui, sobre o muro ocidental, há um nicho escavado na rocha onde se encontra uma pedra, marcada com uma cruz, que indica o lugar tradicional da primeira tentação de Jesus. Realmente esplêndido o panorama que se goza desta posição.

Jesus se apresenta no batismo de João colocando-se na fila com os pecadores, como se também ele fosse um pecador. Ele se faz próximo ao homem em tudo, aceita tudo por amor da humanidade e por obediência ao Pai e, por força desta sua magnitude e deste amor perfeito, o Pai O revela como o Filho predileto, o verdadeiro educador que deve ser escutado, o Bom Pastor a ser seguido. Escreve o Papa Bento XVI: “Jesus é aquele que “se abaixou” para fazer-se um de nós. Aquele que se fez homem e aceitou humilhar-se até a morte de cruz (Fil 2,7). O batismo de Jesus se coloca nesta lógica da humildade e da solidariedade: é o gesto daquele que quer fazer-se em tudo um de nós e se coloca realmente na fila com os pecadores; Ele, que é sem pecado, se deixa tratar como pecador (2Cor 5,21). [...] É o “servo de Deus” do qual falou o profeta Isaías (42,1). A sua humildade é ditada pelo querer estabelecer uma comunhão plena com a humanidade, pelo desejo de realizar uma verdade solidariedade com o homem e com a sua condição. O gesto de Jesus antecipa a cruz, a aceitação da morte pelos pecados do homem. Este ato de abaixamento com o qual Jesus quer conformar-se totalmente ao desígnio de amor do Pai e conformar-se conosco, manifesta a plena sintonia de vontade e de intenção que existe entre as três pessoas da Santíssima Trindade. Para tal ato de amor, o Espírito de Deus se manifesta e vem como uma pomba sobre Ele, e naquele momento o amor que une Jesus ao Pai é testemunhado a todos que assistem ao Batismo por uma voz do alto que todos ouvem. O Pai manifesta abertamente aos homens, a nós, a comunhão profunda que o liga ao Filho: a voz que ressoa do alto e atesta Jesus é obediente em tudo ao Pai e esta obediência é expressão do amor que os une entre eles. Por isso, o Pai coloca o seu agrado em Jesus, porque reconhece no agir do Filho o desejo de seguir em tudo à sua vontade: “Este é o Filho meu, o amado: nele coloco todo o meu agrado” (Mt 3,17). Esta palavra do Pai alude também, antecipadamente, à vitória da ressurreição e nos diz que devemos viver no agrado do Pai, comportando-se como Jesus”.

Texto de Caterina Foppa Pedretti
Foto de Alice Caputo


Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=19009

sábado, 7 de janeiro de 2012

Festa dos Santos Inocentes em Belém

A Festa dos Santos Inocentes em Belém
Belém, Basílica da Natividade – Gruta de São José, 28 de dezembro de 2011
Enquanto a cidade de Belém retorna à tranquilidade, depois dos intensos e coinvolgentes dias do Santo Natal, a comunidade franciscana celebra, no dia 28 de dezembro, uma outra significativa festa ligada a este período natalício, ou seja, a Festa dos Santos Inocentes. A liturgia acontece na Gruta da Natividade, no interior da Basílica da Natividade em Belém. Ao longo da nave da Igreja de Santa Catarina, particularmente numa pequena escada escavada num sistema de antigas grutas, a gruta central se encontra no lugar denominado Gruta de São José. Ela se encontra ao lado da Gruta da Natividade, dividida posteriormente por um muro e sendo dedicada a São José. Recorda a visão que o esposo de Maria teve em sonho, quando o anjo o exortou a tomar consigo Jesus e sua Mãe e fugir para o Egito, porque o Rei Herodes estava procurando o Menino para o matar (Mt 2,13). No fundo da gruta, num patamar elevado, encontra-se um pequeno altar, que é acessado pela subida de duas escadas em seus dois lados. À esquerda, sob os fundamentos dum muro do tempo de Constantino, um arco preconstantiniano, que hospeda alguns nichos dos séculos I-II d.C. Ao lado, sempre à esquerda, se encontra a Gruta dos Santos Inocentes, dedicada às crianças mártires de Belém, mortos na tragédia comandada pelo Rei Herodes, depois que soube do nascimento de Jesus naqueles lugares.

Neste Santo Lugar, num clima de intimidade e recolhimento, na manhã de 28 de dezembro, Frei Artêmio Vitores, Vigário custodial, presidiu a Santa Missa solene, circundado por vários sacerdotes concelebrantes que encontraram lugar ao lado do pequeno altar, adornado com bonitas flores brancas para esta especial ocasião. Muitas religiosas participam na celebração: irmãs franciscanas, irmãs de Santa Brígida, irmãs do Rosário, irmãs de São José, irmãs da Madre Teresa de Calcutá, dentre outras, que encheram a pequena gruta. Nos lados e no fundo da sala, encontram-se também alguns peregrinos, atraídos por esta especial celebração, bem como alguns cristãos locais de língua árabe.

Na homilia, depois de evidenciar uma longa tradição onde é contextuada a Festa dos Santos Inocentes, que aparece nos antigos calendários desde o quarto século, Frei Vitores tece uma breve reflexão sobre o Santo Natal, sobre o Filho de Deus, que entra no mundo como um menino pobre, ao qual tudo falta, porém, infinitamente enriquecido pela Graça celeste. No mistério de seu nascimento se realiza o nascimento da Vida, da plenitude da Vida, pelo qual São Francisco, em cada Santo Natal, nos exorta a “fazer-se pequeno como o Menino” (2 Cel 35), para descobrir nos pobres e humildes a riqueza da Vida divina, que se faz frágil e escondida no meio de nós.

E as primeiras testemunhas deste Deus, que se fez Menino em Belém, as primeiras vítimas, os primeiros mártires solidários com Cristo, são propriamente os Santos Inocentes, que recebem com o seu dramático testemunho o batismo de sange, a palma e a coroa que lhes associa ao cortejo do rei messiânico. Porém, se a glória deste pequenos Santos infunde em seus animados sentimentos de ternura e simpatia, o seu trágico acontecimento, a atroz violência que sofreram transforma-se em protesto contra toda tentativa de golpear, violentar e destruir as crianças inocentes. Jesus mesmo exorta, com vigor, a não transgredir este mandamento: “Guardai-vos de menosprezar um só destes pequeninos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus”(Mt 18,10). Por isso, como também sublinhou o Papa Bento XVI, a Festa dos Santos Inocentes nos conduz a recordar e a rezar por todas as crianças que, ainda hoje, são vítimas de toda forma de violência, da falta de uma família, da pobreza material e cultural, do emprego de menores nos conflitos armados, do tráfico ilícito, das ações criminais. Por outro lado, aquela violência radical impede as crianças de realizar o projeto que Deus pensou pra eles, porque lhes é tirado antes mesmo do seu nascimento, pela prática do aborto. Enfim, Frei Vitores quis recordar especialmente os tantos cristãos mártires, mesmo os mais recentes, na Nigéria, Egito e Iraque e em outras partes do mundo.

Depois de um simples almoço, compartilhado com a comunidade franciscana local, Frei Vitores, acompanhado pelos franciscanos de Jerusalém e os estudantes da peregrinação a Belém, retornou à Gruta de São José para presidir as Vésperas solentes e comemorar mais uma vez aqueles pequenos mártires do tempo de Jesus. Ao lado do Vigário custodial, para as Vésperas, estava Frei Stephane Milovitch, atual guardião da Basílica da Natividade em Belém.

Texto: Caterina Foppa Pedretti
Foto: Marco Gavasso

Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=18846&Pagina=1

Santa Missa Solene pela Festa de Maria Santíssima Mãe de Deus e Jornada Mundial da Paz

Jerusalém, Igreja co-catedral do Patriarcado Latino, 1° janeiro de 2012
Jornada Mundial da Paz
Na ocasião do dia 1° de janeiro, festa de Maria Santíssima Mãe de Deus e Jornada Mundial da Paz, foi celebrada, segundo a tradição, a Santa Missa Pontifical na Igreja co-catedral do Patriarcado Latino de Jerusalém, situado no bairro cristão da Cidade Velha, pouco distante da Porta de Giaffa. O Patriarca, S. B. Mons. Fouad Twal, presidiu a solene celebração, ladeado pelo Monsenhor William Shomali, atual Bispo auxiliar de Jerusalém e também pelo Monsenhor Kamal Batish, Bispo auxiliar emérito de Jerusalém. Estavam presentes também numerosas autoridades patriarcais, muitas autoridades das Igrejas Católicas Orientais, superiores de muitas ordens religiosas presentes na Terra Santa além de inúmeros sacerdotes que quiseram participar como concelebrantes deste importante acontecimento. Também a comunidade franciscana local estava presente com muitos dos seus membros, entre eles o Secretário da Custódia, Frei Silvio De La Fuente, o atual guardião da Basílica da Natividade, em Belém, Frei Stephane Milovitch, além de numerosos estudantes e seminaristas. Entre as autoridades patriarcais, Padre David Neuhaus, Vigário patriarcal para os católicos de língua hebraica em Israel.

Os muitos concelebrantes encontraram lugar ao redor do altar mor, aos pés de uma estátua do Menino Jesus, enquanto à esquerda e ao fundo, atrás do altar, estava disposto um belo ícone de Maria com o Menino Jesus, ornada com várias flores. A Igreja estava plena de inúmeros religiosos e religiosas pertencentes às muitas famílias de consagrados que vivem na Terra Santa, de numerosos cristãos locais de língua árabe, de amigos, voluntários e colaboradores do Patriarcado e de outras realidades que trabalham na Terra Santa e também de pequenos grupos de peregrinos. Também estava presente na celebração de abertura do novo ano, entre os primeiros bancos, um representante dos Cavaleiros e Damas da Soberana Ordem Militar de Malta. A liturgia, enfim, foi animada de modo intenso e sugestivo pelos coros Magnificat e Yasmenn da Custódia Franciscana da Terra Santa, dirigidos por Hania Soudag Sabbara e magistralmente acompanhados pelo órgão de Frei Armando Pierucci, diretor do Instituto Magnificat, que é a escola de música da Custódia, em Jerusalém.

Tomando a palavra, antes de começar a homilia, Mons. Twal dirigiu uma particular saudação de boas vindas a todos aqueles religiosos, pertencentes às diversas congregações, que transcorreram o seu primeiro Santo Natal no serviço à Terra Santa e que, portanto, nestes particulares dias, puderam experimentar de modo alto e envolvente o mistério e o dom extraordinário dos lugares Santos. A reflexão do Patriarca se concentrou sobre temas que estão no centro deste dia de festa: a figura de Maria e o problema da paz. Numerosas as referências à Mensagem que o Papa Bento XVI redigiu para esta XLV Jornada Mundial da Paz e que quis apresentar uma perspectiva educativa, Educar os jovens para a justiça e para a paz, convidando a “escutar e a reforçar o importante papel das novas gerações na realização do bem comum e na afirmação de uma justa e pacífica ordem social, na qual os direitos humanos fundamentais possam ser plenamente expressos e realizados”. Diante da dificuldade e das preocupações que existem hoje com os muitos jovens em diversas partes do mundo, precisou Mons. Twal sobre a reflexão papal, é indispensável estabelecer uma nova aliança pedagógica entre todos os responsáveis da educação e da formação dos jovens: pais, educadores, professores, religiosos e sacerdotes devem trabalhar com os jovens para construir uma cultura de paz e promover o empenho para a reconciliação e para a abertura para outras culturas e religiões. Tantas são ainda as tensões que tornam difícil a conquista deste fundamentais objetivos, especialmente no Oriente Médio, onde os fermentos da “primavera árabe” nem sempre favorecem o crescimento da paz e da recíproca compreensão e onde “uma geração de jovens israelitas e Palestinos nasceu e cresceu sob a ocupação e sob uma atmosfera de violência”. Até mesmo Maria, Mãe do Senhor, nos ensina a olhar com confiança e esperança para o novo ano que agora começa e a valorizar com fé os três fundamentais eventos que marcaram 2011: o encontro inter-religioso em Assis, em outubro passado, que convidou para a oração pela paz a todas as religiões do mundo, à luz do Espírito de São Francisco, “Senhor, fazei de mim um instrumento da tua paz”, para que a paz tenha as suas bases no coração do homem, na sua conversão e na sua reconciliação com Deus e com a família humana; a “primavera árabe”, que gerou um profundo entusiasmo e grandes expectativas com relação à democracia, à paz, à justiça social, mas que esconde sempre o risco da degeneração nos extremismos e nos fundamentalismos. Assim, é de extrema importância para uma ação educativa dos jovens um componente essencial para abrir um efetivo horizonte de esperança e de nova proximidade nestes contextos; o vínculo da paz que nasce da Terra Santa e que tem tanta necessidade, para se tornar realidade, do empenho ao diálogo entre os líderes religiosos que, “enquanto vivem em um lugar pleno de memórias sagradas para as nossas tradições, experimentam quotidianamente as dificuldades de viverem juntos em harmonia”, da educação das novas gerações para a paz e para a mútua compreensão com os andamentos das escolas e de todas as outras instituições educativas locais. Enfim, é importante também a contribuição dos muitos peregrinos que visitam a Terra Santa e que tem a oportunidade de criar pontes de amizade e de solidariedade entre as diversidades, de modo que seja criada uma autêntica cultura de paz.

E se, concluiu Mons. Twal, os muitos empenhos educativos e pastorais que já espera a Igreja da Terra Santa em 2012 nos fazem entrever que “a paz está realmente chegando”, o Papa Bento XVI nos exorta a recordar sempre que “a paz não é um bem já alcançado, mas uma meta para a qual todos e cada um de nós devemos aspirar. Olhamos com maior esperança para o futuro, encorajamo-nos a trabalhar nesse caminho, trabalhamos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno, e sentimo-nos unidos na responsabilidade pelas jovens gerações presentes e futuras, em particular por educá-las para serem pacíficas e artífices da paz” (S.S Bento XVI, Mensagem para a celebração da \Jornada Mundial da Paz, 1° de janeiro de 2012).

Ao final da celebração, todos os participantes puderam cumprimentar e desejar um Feliz Ano para o Patriarca e para as outras autoridades nas dependências da cúria, encontrando-se para um simpático momento de convívio.

Texto de Caterina Foppa Pedretti.
Foto de Andres Bergamini

Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=18856

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Tradicional saudação de Natal entre as Igrejas Cristãs da Terra Santa

Jerusalém, Convento de S. Salvador, 26-27 dezembro de 2011Nestes dias que seguem o Natal, entre os dias 26 e 27 de dezembro, os representantes das diversas Igrejas Cristãs de Jerusalém, sobretudo os que colaboram segundo as as normas do Status Quo, se encontram para fraternalmente fazer votos de boas festas, num espírito de sincera simpatia e abertura. Os primeiros a serem recebidos na Curia Custodial, no convento de S. Salvador, na manhã do dia 26 de dezembro, foram os Gregos Ortodoxos, aos quais seguiram no dia 27 de dezembro, os Armenos, Etíopes, Coptas e Siríacos. Os franciscanos por sua vez foram em visita até a comunidade Melkita para o tradicional encontro e votos natalinos.

Os convidados foram recebidos pelo custódio, Frei Pierbattista Pizzaballa, pelo vigário custodial, Frei Artemio Vitores, pelo secretário, Frei Silvio De La Fuente, juntamente a uma grande parte da comunidade dos frades. Estavam presentes também um grupo de jovens frades, estudantes no Studium Biblicum Franciscanum, que animaram a visita com alguns cantos acompanhados de violão e percussão.

Os encontros são realizados de acordo com um cerimonial consolidado, que se repete com regularidade nas diversas visitas: primeiramente o chefe da delegação saúda ao Custódio e a toda a comunidade dos frades, agradece pelo convite e faz os votos de um Santo Natal, desejando o melhor para o futuro e ressaltando os laços de amizade com os Franciscanos; o Custódio, por sua vez, responde do mesmo modo. São servidos liquores e doces natalinos, enquanto a conversação entre os presentes toma um tom mais informal, até que a visita chegue ao fim e os convidados se despeçam com cordiais saudações. Depois da Epifania, quando as Igrejas orientais celebram o Santo Natal, será o Custódio e a comunidade franciscana a se dirigirem em visita para retribuir os votos de natal.

Finalmente, na tarde do dia 27 de dezembro, aconteceu outro tradicional encontro na Custódia, de modo mais informal em comparação ao encontro com as outras comunidades cristãs, com o Patriarca Latino de Jerusalém, Mons. Fouad Twal, e sucessivamente com o Núncio Apostólico, Mons. Antonio Franco, com os quais o Custódio conversou sobre as recentes celebrações natalinas, que como de costume envolveu um complexo aparato litúrgico, organizativo e de segurança.

Texto de Caterina Foppa Pedretti
Foto de Marco Gavasso


Fonte: http://pt.custodia.org/default.asp?id=2048&id_n=18838&Pagina=1