Aconteceu em Jerusalém, Convento de São Salvador, do dia 30 janeiro a 04 de fevereiro do corrente ano, o III Congresso Internacional dos Comissários da Terra santa, que reuniu representantes de várias nações, assim distribuídas: Espanha (11), Itália (35), Canadá (01), França (02), Malta (01), Panamá (01), Bolívia (01), Croácia (04), Portugal (01), Guatemala (02), Estados Unidos (07), Suíça (01), Israel (01), Irlanda (01), Equador (01), Polônia (02), Filipinas (01), Brasil (05), México (05), Eslovênia (01), Alemanha (02), El Salvador (01), Singapura (01), Chile (02), Colômbia (01), Austrália (01), Hungria (01), Indonésia (01). A hospedagem foi acomodada na Casa Nova de Jerusalém e no Convento São Salvador. As línguas oficiais do Congresso foram o italiano, o espanhol e o inglês, que eram traduzidas simultaneamente por três tradutores.
As finalidades deste Congresso foram norteadas pelos seguintes verbos: comunicar, compartilhar e individuar as estratégias sobre algumas problemáticas relativas à Custódia e os Comissários. A metodologia usada foi a expositiva, seguida de trabalhos em grupos. Na parte da manhã aconteciam as exposições, seguidas de questões levantadas pelos Comissários e, na parte da tarde, trabalhos em grupos linguísticos (italiano, espanhol e inglês). A plataforma do debate versou sobre as várias realidades dos Comissariados, sua relação com as Províncias e a Custódia e, sobretudo, sobre na tentativa de elaborar algumas diretrizes que possam esclarecer melhor a missão dos Comissários e sua relação com a Custódia (Vademecum).
As celebrações (missas, laudes e vésperas) aconteceram no Convento de São Salvador, Santo Sepulcro, Belém e a Via Sacra com os peregrinos, pelas ruas da cidade velha de Jerusalém.
Traduzo abaixo alguns trechos da mensagem final em italiano, deixada pelos Comissários da Terra Santa:
“Rezamos juntos nos Lugares Santos da Redenção, peregrinamos pelas ruas de Jerusalém fazendo memória da Paixão de Cristo e da sua Ressurreição. Refletimos e discutimos, durante uma semana, sobre a nossa identidade, sobre o nosso papel e nossa missão de Frades Menores a serviço da Terra Santa, sobre a dedicação no campo da comunicação e sobre a importância das relações com as dioceses e grupos eclesiais espalhados pelo mundo afora. Compartilhamos as experiências, as dificuldades e as alegrias de quem atua em contextos tão diversificados, em diferentes ângulos do mundo, diferentes em sua história, cultura e tradições. Como humildes filhos de São Francisco, a quem devemos o nosso amor e a nossa dedicação há mais de oito século a favor da Terra Santa, nos interrogamos sobre a nossa modalidade de empenho e sobre como encarnar o Evangelho e transmitir a alegria de nossa fé a todos as pessoas que encontramos em nosso caminho.
Tendo em vista a melhor eficácia de nosso empenho, dedicamos grande parte de nossos trabalhos na redação de um Vademecum, no escopo de acompanhar a obra dos Comissários nas várias etapas do seu apostolado e no delicado compromisso do sustento material a favor da Terra Santa, na relação com as dioceses e outras realidades eclesiais.
Esta bonita experiência de encontro e partilha nos permitiu conhecer muitos leigos e colaboradores que compartilham conosco o amor pela Terra Santa, no empenho e sustento de nossas atividades. A eles, queremos externar a nossa particular gratidão.
No final desta “semana de graça”, recolhemos algumas conclusões, que miram orientar melhor a nossa missão de Frades Menores a serviço da Terra Santa:
1. A missão dos Comissários da Terra Santa, que é parte integrante do empenho missionário da Ordem dos Frades Menores, manifesta-se no sustento da Custódia da Terra Santa. Trabalhando em comunhão com a fraternidade provincial e com as diversas realidades eclesiais do próprio país, o Comissário da Terra Santa promove o conhecimento desta Santa, como lugar para aprofundar a Palavra de Deus e a experiência de Cristo. Nos Lugares Santos, encontram-se as pedras vivas, as comunidades cristãs com suas problemáticas humanas, sociais e religiosas. Neste contexto histórico do Oriente Médio, percurso de transformações políticas que ulteriormente colocam em risco a presença cristã, queremos continuar e fazer presente a beleza e a força da tradição cristã desta Terra, à qual temos um sentido de pertença e que é parte integrante do caráter deste país;
2. Num mundo em rápida evolução e mudanças, nos empenhamos em identificar sempre novas modalidades de dedicação e de animação a favor da Terra Santa. Dentre estas, há uma particular importância a comunicação, onde queremos nos empenhar, melhorando posteriormente todos os nossos meios e formas (revistas, TV, internet e redes sociais), capazes de falar de Cristo e da Terra Santa ao ser humano de hoje;
3. O ano da fé, anunciado pelo Papa Bento XVI, será uma ulterior ocasião para conhecer e aproximar-se da Terra Santa. Através da promoção de peregrinações, nos dedicaremos como primeiros a testemunhar a fé, a escutar e transmitir à Igreja universal a peculiar graça dos Lugares Santos, que primeiro nos conquistou e a partir disto, queremos ser os seus alegres arautos.
Como nos lembrou o Ministro Geral em sua homilia durante a solene abertura do nosso Congresso, compete a nós, como disse João em sua primeira Carta: ‘aquilo que ouvimos, aquilo que vimos com os nossos olhos, aquilo que contemplamos e tocamos com nossas mãos’, disto todos nós, Comissários da Terra Santa, somos testemunhas e apaixonados anunciadores”.
Diga-se de passagem que também foi comunicado, durante o Congresso, que estamos iniciando a publicação da Revista Terra Santa, em português. Tal revista, que já é publicada em quatro a seis edições anuais, em italiano, espanhol, inglês, polonês e árabe, será elaborada e traduzida por alguns Comissários aqui do Brasil, com a colaboração do Comissário de Portugal, e editada pelas Edições da Terra Santa, de Milão. A parte gráfica e distribuição, será confiada à rede Canção Nova, que se apresenta como um canal de divulgação dos Lugares Santos, especialmente pela TV e peregrinações (Obra de Maria). A primeira edição está em gestação e deve sair já na Páscoa deste ano.
Pelos Comissários e Vice-comissários do Brasil,
Frei Ivo Müller, OFM
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