segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Custódia celebra Assunção da Virgem Maria

À TUMBA DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA
São duas as “tumbas vazias” que se encontram em Jerusalém: a de Cristo e a de sua mãe, a Bem-aventurada Virgem Maria. Ao fundo do vale do Cedron, na região do Getsêmani, no interior de uma igreja Cruzada e agora Ortodoxa, uma antiquíssima tradição, garantida pela concordância de fontes literárias e descobrimentos arqueológicos, situa o lugar na qual a Virgem foi enterrada e depois assunta ao céu no seu mesmo corpo.
É, pois, aqui, que a cada ano, em 15 de agosto, os católicos de Jerusalém e os peregrinos têm a graça de celebrar a Solenidade da Assunção de Maria ao Céu. E também neste ano, muitos são conduzidos a visitar a Basílica da Assunção. Um caminho que segue toda uma sequência, dividido por alguns momentos particulares, animados pelos Frades da Custódia da Terra Santa. Pela tarde, o Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, presidiu as segundas vésperas junto à Igreja da Assunção, na chamada “Gruta da Detenção”, onde um afresco, situado diante de um pequeno altar, representa a Bem-aventurada Virgem Maria assunta ao céu. Este pequeno lugar estava repleto de cristãos locais e estrangeiros que vivem em Jerusalém, como também alguns peregrinos. Um momento de oração solene e recolhimento ao mesmo tempo, que terminou com a invocação à Rainha da Terra Santa: “...recorda que aqui foste constituída terna Mãe nossa e dispensadora das graças. Vela com especial proteção sobre tua pátria terrena, dissipa nela as trevas do erro, para que resplandeça aqui o Sol da justiça eterna, e faz com que se cumpra logo a promessa de teu divino Filho, de formar um só rebanho sob um só Pastor...”. Continuando, houve a peregrinação dos fiéis e franciscanos à Basílica da Assunção. A silenciosa procissão desceu a larga escada com 48 degraus (que junto à fachada mantém ainda o austero e solene estilo cruzado) e, diante da Tumba da Virgem, a assembleia reunida viveu um momento breve, porém intenso de adoração e oração num ambiente típico das igrejas orientais, animada desta vez por melodias marianas de tradição ocidental... até formar quase um único eco com oração incessante que, deste santo lugar e ao longo dos séculos, os cristãos de todas as denominações e peregrinos provenientes de todas as partes do mundo elevaram e elevam a Deus. Depois, o Custódio, franciscanos e cada um dos presentes puderam entrar na Edícula e aproximarem-se do banco de pedra que é o único que permanece na tumba vazia de Maria.
Somente neste dia se concede aos cristãos latinos presidir uma breve liturgia, pois a Basílica, chamada também “Tumba da Virgem”, está atualmente sob a orientação dos cristãos ortodoxos, gregos e armênios. De fato, os frades menores, depois de um período de possessão exclusiva foram definitivamente expulsos no ano de 1757. Também é certo que nenhum texto canônico nos diga como transcorreram os últimos anos de Maria na terra nem o modo como deixou esta; alguns textos apócrifos, recolhidos sob o título da Dormição da Virgem e todos eles com origem em um documento protótipo judaico-cristão redatado em torno ao II século, proporciona-nos uma série de informações sobre os últimos dias e sobre a morte de Maria. Diz-nos, entre outras coisas, que os apóstolos depositaram o corpo da mãe de Jesus em Getsêmani, numa tumba nova que, depois de três dias, encontraram vazia. A tumba, custodiada e venerada pelos judeus-cristãos desde os primeiros séculos, foi depois isolada e encerrada em uma igreja. A veneração e o culto a Maria neste lugar nunca diminuiu, apesar das transformações, e é justamente em torno desta tumba vazia que nasceu e se alimentou a fé do povo cristão na Assunção de Maria ao céu.
A MISSA DA ASSUNÇÃO NA BASÍLICA DO GETSÊMANI
Se a Tumba da Virgem é o lugar santo de Jerusalém diretamente relacionado com a solenidade de 15 de agosto, o momento litúrgico mais importante, entretanto, aconteceu pela manhã – a poucos metros da Igreja da Assunção –, na Basílica franciscana do Getsêmani. Aqui, o Custódio da Terra Santa presidiu uma missa solene, na qual participou sobretudo cristãos que vivem em Jerusalém. Frei Pizzaballa, em sua homilia, sublinhou como Maria antecipa nossa realidade e o triunfo de toda Igreja. “Os Padres da Igreja – disse – viram n’Aquela que dá à luz ao Filho, o modelo para a Igreja e para todos nós. Assim, interpreta-se a passagem do Apocalipse que se lê nesta solenidade: ‘No céu apareceu um sinal grandioso: uma mulher vestida de sol, tendo a lua por baixo de seus pés e em sua cabeça uma coroa de doze estrelas... Ela deu à luz um filho, destinado a governar todas as nações...’. Maria é a mulher eleita por Deus, pela sua simplicidade e humildade” – prosseguiu o Custódio da Terra Santa. “Através de seu ‘sim’ total pôde cantar o Magnificat: ‘Minha alma glorifica o Senhor e se alegra meu espírito em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva’. Seguindo este exemplo, podemos também nós procurar percorrer o mesmo caminho”. Como disse o Papa ontem, recordando que este ano se completa o 60º aniversário da definição do Dogma da Assunção: “Maria assunta ao céu é sinal de que Deus não nos abandona... nós cremos que Maria, como Cristo, seu Filho, venceu já a morte e triunfa já na glória celeste, na totalidade de seu ser, em alma e corpo”.
   Tradução: Frei Leonardo Pinto dos Santos
   http://www.custodia.fr/La-Messa-dell-Assunzione-nella.html?lang=it

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