Depois de tantas horas de jejum se deve recuperar a falta de açúcar e comer algo de substancioso... É daí que nasce, explica o vendedor de Belém, a tradição do “qatayelf”, que é um doce típico do Ramadã, uma massa de farinha e água, recheado de nozes, açúcar e queijo branco doce, que deve ser consumado, naturalmente, somente depois que o pôr-do-sol de cada dia decretar o fim do jejum. Tal jejum é observado religiosamente em Jerusalém pela maioria da população muçulmana.
Mohammed A. F. Hourani (Autoridade Nacional Palestina)
“Nós, muçulmanos da Terra Santa, vivemos o jejum como algo que vem de Deus, como está escrito no Alcorão, onde se lê: “Oh vós que credes! Vos é prescrito o jejum, como foi prescrito àqueles que foram antes de nós, na esperança que possais tornar-se tementes a Deus”.
Um ramadã todo particular está acontecendo neste ano para os muçulmanos palestinos, que estão com os olhos voltados para o próprio futuro, pois no mês de setembro, com o pedido às Nações Unidas do reconhecimento do Estado Palestino, poderá se ter conseqüências importantes para além dos próprios territórios...
O período é marcado por momento de oração, pelas longas filas no check-point dos muçulmanos que vivem nos territórios e que desejam ir a Jerusalém até a mesquita Al Aqsa (que reúne, em média, na sexta-feira do Ramadã, cerca de 200 mil fiéis), pelo clima festivo e brilhante da Porta de Damasco e das ruas da cidade velha que, à noite, depois de uma certa hora, se animam de gente e de famílias inteiras... Imagens típicas, entre Belém e Jerusalém, deste mês sagrado para os fiéis do Islã, que já está, no entanto, chegando ao fim.
E justamente por ocasião do final do Ramadã, o Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso enviou a todos os muçulmanos uma mensagem de felicitações indicando que os cristãos e muçulmanos são chamados a promover a dimensão espiritual do homem como uma realidade de primária importância, afrontando os desafios do materialismo e do secularismo”. “Cabe a nós, prossegue a mensagem assinada pelo Cardeal Tauran, fazer com que as novas gerações descubram que há o bem e o mal, que a consciência é um santuário para ser respeitado, que cultivar a dimensão espiritual nos torna mais responsáveis, mais solidários, mais disponíveis para o bem comum. E que é necessário denunciar a todas as formas de fanatismo e de intimidação...”
“Parece-me que nestas palavras exista também uma mensagem de “perdão”, comenta Nabeel. Esta seria a coisa mais importante. Se podemos viver o perdão e a paz, nos afastamos dos conflitos e podemos esperar um futuro melhor para nós e para os nossos filhos”.
Tradução e adaptação: Frei Diego Atalino de Melo
Fonte: http://it.custodia.org/default.asp?id=4&id_n=14322
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